Último filme de Paulo Rocha terá estreia mundial no Festival de Locarno

É em Agosto que se realiza este festival de cinema suíço.

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Paulo Rocha fotografado em 2006 Paulo Ricca

O filme Se eu fosse ladrão... roubava que o realizador Paulo Rocha, falecido em Dezembro, deixou incompleto, terá estreia mundial em Agosto no festival de cinema de Locarno, Suíça, foi hoje anunciado.

A direcção do festival anunciou hoje a programação completa da 66.ª edição - marcada de 07 a 17 de Agosto - e dela fazem parte a estreia do último filme de Paulo Rocha, fora de concurso, e a exibição de outros sete filmes de produção portuguesa.
Se eu fosse ladrão... roubava foi rodado em 2011 com Isabel Ruth e Márcia Breia no elenco, mas Paulo Rocha não o concluiu, tendo morrido a 29 de Dezembro de 2012, aos 77 anos.

O argumento é de Regina Guimarães, João Carlos Viana e de Paulo Rocha, a partir de histórias e memórias do realizador, e a montagem do filme ficou a cargo de Edgar Feldman, que trabalhou com o cineasta desde os anos 1990.

O festival de Locarno irá ainda prestar um tributo ao realizador exibindo as longas-metragens Os verdes anos (1963), filme ao qual atribuiu uma medalha de prata em 1964, e Mudar de Vida (1966).

Para a competição internacional deste ano, que atribui o prémio Leopardo de Ouro, foi seleccionado o documentário E agora? Lembra-me, de e protagonizado por Joaquim Pinto, que vive há vinte anos com os vírus VIH e hepatite C.

O filme, produzido pela CRIMM, reúne “apontamentos sobre um ano de tratamentos experimentais. Uma reflexão aberta e eclética no tempo e na memória, sobre epidemias e globalização, sobre a sobrevivência além de todas as expectativas, a dissidência e o amor absoluto”, lê-se na nota de intenções.

A produtora CRIMM conta ainda com outro filme seleccionado para Locarno: Na secção Pardi di domani, com curtas e médias-metragens de jovens realizadores, será exibida em competição a curta Versailles, de Carlos Conceição, com Isabel Ruth e João Arrais no elenco.

Fora de concurso, Locarno exibirá ainda as curtas-metragens Mahjong e O corpo de Afonso, ambos de João Pedro Rodrigues. A primeira tem co-realização de João Rui Guerra da Mata. A segunda integra o ciclo Histórias de Guimarães feito a convite de Guimarães Capital Europeia da Cultural 2012.

Há ainda uma co-produção portuguesa com Suíça e França no filme Les grandes ondes (a l’ouest), do realizador suíço Lionel Baier, filme cuja história recua a 1974, quando dois jornalistas suíços rumam a Portugal para uma investigação e são apanhados no meio da revolução de Abril.

Do júri da secção Pardi di domani fará parte o realizador luso-suíço Basil da Cunha, de quem será exibido Até ver a luz, primeira longa-metragem, que estreia em Portugal em Agosto.

Da restante programação do festival, destaque para a exibição de uma retrospectiva dedicada ao realizador George Cukor e atribuição do leopardo de honra ao cineasta Werner Herzog, de quem serão exibidos quatro episódios da série documental Death Row, sobre a pena de morte, já mostrados no IndieLisboa.

O actor Christopher Lee e a atriz Jacqueline Bisset receberão prémios de carreira.

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