Kings of Leon foram reis no melhor dia do Alive 2013

O terceiro e último dia do Optimus Alive começou tarde na caravana mas terminou da melhor forma, com Kings of Leon. Of Monsters and Men foi uma das muitas surpresas do palco secundário do festival

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Filipe Amorim/Optimus Alive

O pessoal da caravana voltou a acordar tarde — o tempo continua manhoso. Resultado: duas horas para tomar banho — sem sucesso — o que nos deixa um bocadinho irritadiços (já conhecemos este filme). Ainda assim, a expectativa de que este seja o dia mais poderoso do Alive tira-nos as teimas. Além disso, hoje a Fátima e o Francisco juntam-se a nós.

Depois de um dia relaxadinho de confraternização, chegamos a tempo de Linda Martini, que actuou com a mesma energia de sempre. O público que os segue, fiel, lá estava para os ver. No palco secundário, a plateia está bem composta para assistir a outra banda portuguesa. Brass Wires Orchestra deixa pouco espaço livre no palco e deu o concerto perfeito para um final de tarde de domingo. Quem assiste, sentado confortavelmente no chão, vai balançando aqui e ali, ao som da música.

Jake Bugg dá música no palco principal mas, para nós, a festa foi no palco Heineken. Of Monsters and Men (OMAM) não deu hipóteses e cativou desde o primeiro segundo. O número de pessoas que se tinha juntado entretanto já antevia um bom espectáculo — "'till the sun goes down". A voz doce de Nanna superou as expectativas. Arrebatador, é possível que tenha sido um dos grandes espectáculos do último dia.

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Ninguém quis perder o espectáculo de Alt-JOptimus Alive

O palco secundário foi, sem dúvida, uma das maiores surpresas do festival. Quase sempre cativante e com um ambiente meio familiar, recebeu alguns concertos indubitavelmente dignos de palco principal. Ainda não acabou OMAM e Tame Impala já sobe ao palco. É difícil escolher e abandonamos a custo o concerto, antes do fim. No palco Optimus, a banda australiana está mais tranquila, mas ninguém duvida da qualidade do espetáculo. A Fátima fala de "minis-Pink Floyd", o Francisco adiciona: "Com um jeitinho de Led Zeppelin" — "progressivo, improviso e psicadélico".

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O concerto de Of Monsters and Men foi arrebatadorOptimus Alive

"Sex on Fire" a terminar 

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Fábio, Liliana, Frederico e Nuno vão todos os anos de caravana para o Alive

Entretanto, conhecemos dois "meninos da cerveja" (como é que lhes posso chamar?), de bandeirolas e barris às costas. O Frederico Sotto-Mayor e Tiago Lopes, de 19 e 21 anos, andam a encher os copos dos mais sedentos para ganhar um dinheirinho extra. Mas entre uma cerveja e outra (servidas, atenção), lá vai dando para espreitar os concertos. Frederico ficou convencido com Vampire Weekend, já Tiago gostou mais de Green Day e Steve Aoki. Apesar de algumas milhas pecorridas, contam-nos que "estão a gostar da experiência". Para Frederico já não é novidade: até conheceu a namorada no Rock in Rio do ano passado, a fazer a mesma coisa. É que "até vai dando para conhecer algumas pessoas engraçadas", mesmo que algumas abusem — "principalmente as mais bêbadas".

Ao longe, Phoenix dá um concerto poderoso, mas seguimos para Alt-J, em que nos sentimos croissants prensados: ninguém quis perder o espectáculo do quarteto, que não desiludiu. Ainda assim, à hora marcada para Kings of Leon, acabou o compasso de espera e o recinto migrou para o palco principal. A banda americana foi, resumindo, a melhor forma de encerrar o palco principal. O charme parece ser de família, mas Caleb é particularmente cativante — mesmo que seja de poucas palavras. "Use Somebody" ou "Notion" foram alguns dos pontos altos, mas nada como "Sex on Fire", um final esperado, ainda assim poderoso.

Carlos Daniel "fez um buraco no chão de tanto dançar", em Kings of Leon. Com 41 anos, veio de propósito da Madeira para a primeira vez no festival. Gostou muito, gostou de conhecer gente nova e até somou "duas conquistas", brincou. O Alive termina por aqui, com balanço positivo, e Carlos talvez volte para o ano. Nós cá estaremos.

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