Um Alive “friendly” em dia de Depeche Mode

No segundo dia do Optimus Alive, o despertar na caravana foi tardio. Em noite de Depeche Mode, muitos foram os momentos de "socialização festivaleira"

Editors Optimus Alive
Fotogaleria
Editors Optimus Alive
Optimus Alive
Fotogaleria
Optimus Alive

Sábado de manhã o despertar é bem tardio, graças à falta de calor. Às 10h00 a caravana costuma ser um pequeno forno, mas depois de uma semana de calor intenso, por estes dias nem se vê o sol. A primeira noite deixou resquícios e pelo parque de campismo ainda se ouve Aoki nos auto-rádios.

Na zona comercial, onde o pessoal se junta para confraternizar antes da ida para o recinto, amontoam-se os copos de plástico e somam-se as conversas. O espírito festivaleiro está em todo o lado e no Alive, como nos outros festivais, um dos 'objectivos' é conhecer pessoas novas. Nós não somos excepção e a caminho do autocarro metemos conversa com um grupo de britânicos - que se conheceu por cá - que traz, pintado na cara, flores, bigodes e alguns padrões.

Dawn, de 28 anos, tem um bigode elaborado, porque "gosta de bigodes"; já Hailey, de 29 anos, tem flores roxas - porque ser roxo era a única condição. Stephen, de 23, tem metade da cara laranja e umas sobrancelhas estranhas mas não está muito contente - é trabalho das raparigas. No Reino Unido é "muito comum pintar as caras, só porque é divertido", conta Hailey. Estão a adorar o festival - porque "tem menos ingleses e é mais 'friendly' [amistoso]" - mas gostavam muito que "o sol aparecesse" até segunda-feira, quando vão embora.

Foto
Fábio, Liliana, Frederico e Nuno vão todos os anos de caravana para o Alive

A "socialização festivaleira"

Foto
No Reino Unido é muito comum pintar as caras, só porque é divertido, contou-nos este grupo Liliana Pinho

No recinto, dá-se um fim de tarde tranquilo, com a serenidade de Rhye no palco secundário. Mas a gula não espera e na barraquinha das gomas conhecemos Sandra, de 39 anos, que queria tanto ver Depeche Mode que veio sozinha - os amigos preferiram o primeiro dia. Sandra é o melhor exemplo desta "socialização festivaleira" - desde que chegou que "ainda não pararam de se meter" com ela. "Tenho ar de ser de alguma banda", brinca. Neste caso, foi ela a meter-se connosco, a meio caminho do concerto de Editors.

A banda britânica deu um concerto intenso, com temas como "Munich", que nos agradou especialmente relembrar, ou "An End Has a Start". A plateia gostou e fincou pé, até ao fim. No recuperar de forças, a meio de uma bebida fresca, um grupo de espanhóis faz a festa, pede uma foto e clama, entre "pezinhos de dança", que "este é o melhor festival de sempre".

A ânsia por Depeche Mode não deu grandes hipóteses ao palco secundário. Ainda assim, espreitámos Jamie Lidell e a plateia era pouca mas boa: raros era aqueles que conseguiam ficar quietos perante a música do cantor de música soul. No palco principal ouvem-se os primeiros acordes e começa o espectáculo da noite. Um concerto de "gente grande" - algo cansado, mas eficaz - que concentrou no mesmo espaço grande parte do público. Em "Just Can't Get Enough", um verdadeiro "arrastão", com gente vinda de todo o lado a não querer perder um dos hits dos cabeças de cartaz.

Mas como gostos não se discutem, há os que aproveitam a tranquilidade da zona de refeições para "forrar o estômago". Rosie e Chris acham Depeche Mode "um bocadinho chato". Voltaram para 2ManyDjs. Também Raquel e Luzía dispensaram o concerto dos britânicos: "Hoje, em especial, é para Crystal Castles. Sem dúvida". E foi, já de madrugada. Nós viemos para "casa" mais cedo, que amanhã há mais.

Sugerir correcção
Comentar