Primeiro-ministro do Luxemburgo anuncia demissão

Os socialistas, parceiros de Juncker no Governo, pediam eleições antecipadas por causa de irregularidades cometidas pelos serviços de informação.

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Jean-Claude Juncker é chefe de governo há 18 anos Dominique Faget/AFP

Jean-Claude Juncker, primeiro-ministro do Luxemburgo há 18 anos, vai apresentar a sua demissão quinta-feira de manhã. A decisão prende-se com a perda de apoio dos seus aliados socialistas na sequência de um escândalo que envolve os serviços de informação, que respondem directamente ao chefe do Governo.

Durante um debate parlamentar que durou sete horas, o Partido Socialista, parceiro de coligação dos democratas-cristãos de Juncker, apresentou uma moção a pedir a dissolução da Câmara dos Deputados e a realização de eleições antecipadas.

Em discussão esteve a investigação de uma comissão de inquérito parlamentar que concluiu que Juncker não “tinha controlo sobre” os serviços de informação”, nem “informou o Parlamento nem a Procuradoria das irregularidades e ilegalidades realizadas pelos serviços”.

A comissão investigou irregularidades cometidas entre 2004 e 2009 que incluem escutas ilegais a políticos, pagamentos recebidos em troca de acesso a responsáveis políticos e compra de viaturas para uso privado.

“O primeiro-ministro deve assumir as suas responsabilidades, não por ser desonesto ou incompetente, mas por ter feito más escolhas”, afirmou durante o debate Alex Bodry, presidente dos socialistas. “Houve graves problemas de funcionamento. A responsabilidade do primeiro-ministro ficou comprometida.”

No fim do debate, Juncker, decano dos dirigentes europeus, anunciou ter marcado um conselho de ministros para a manhã de quinta-feira, pretendendo em seguida apresentar o seu pedido de demissão ao chefe de Estado. “Constato que uma maioria da câmara quer eleições antecipadas”, disse.

Para além de ser o chefe de governo há mais tempo em funções na Europa, Juncker é ministro há 30 anos. Por acumular a pasta das Finanças, foi presidente do Eurogrupo desde a sua formação, em 2005, até Janeiro deste ano.

A actual legislatura terminava em Maio do próximo ano.
 
 
 
 

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