João Almeida defende que “não há recuo” de Portas e que CDS é “favorável à estabilidade”

Porta-voz do CDS-PP diz que há total confiança no líder do partido e vontade dos centristas para que haja uma "solução forte para assegurar a governação" do país.

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Enric-Vives Rubio

O porta-voz do CDS-PP, João Almeida, afirmou que o partido se manifestou em Conselho Nacional “muito favorável à estabilidade política”, expressando “confiança” na condução política de Paulo Portas no partido e no Governo.

João Almeida negou a existência de qualquer “recuo” e afirmou que não foram discutidas matérias relativas à “composição do Governo”, por “respeito aos poderes constitucionais” do Presidente da República a quem foi entregue a proposta de entendimento entre Pedro Passos Coelho e Paulo Portas.

“Não há nenhum recuo. O presidente do partido que hoje aqui esteve é o presidente do CDS que o era antes deste Conselho Nacional, que se ia candidatar ao Congresso e que se candidatará ao Congresso na nova data”, afirmou, na sexta-feira à noite.

“O partido é muito favorável à estabilidade política no país e manifestou essa convicção, manifestou também confiança no presidente do partido e na sua condução política, quer do partido, quer da participação do CDS na maioria que governa Portugal, e, por último, manifestou também esperança na solução apresentada pelos partidos da maioria ao senhor Presidente da República, e a convicção que poderá consistir numa solução clara e numa solução forte para assegurar a governação do país”, afirmou.

Segundo João Almeida essas foram as “três conclusões essenciais” de um Conselho Nacional “muito participado”, em que decorreu “uma discussão muito franca e aberta sobre a actual situação política do país”. O porta-voz do CDS disse que a “convicção” do Conselho Nacional é a de que proposta entregue ao Presidente da República possa evitar mais danos nos mercados.

Restabelecer a confiança
Já o ex-líder do CDS-PP Ribeiro e Castro, também no final do Conselho Nacional, defendeu que a confiança que foi “abalada” com a crise no Governo seja “restabelecida”, lamentando os acontecimentos, que atribuiu à “política espectáculo”. “Lamento o que se passou, acho que não se devia ter passado e espero que a situação seja resolvida. Isso depende muito da avaliação que o senhor Presidente da República fizer, dos contactos que fizer com os partidos e personalidades e estou certo que o senhor Presidente da República velará pela apreciação da consistência da solidez da solução”, afirmou Ribeiro e Castro.

“O sobressalto que passámos esta semana, que teve grandes consequências, e que ainda estamos por encerrar, era melhor que não o tivéssemos passado”, reiterou, afirmando estar mais interessado na “solidez das soluções” do que no que “fica bem na fotografia”.

O Conselho Nacional do CDS-PP aprovou, com uma abstenção, o adiamento por quinze dias do XXV Congresso do partido, que estava marcado para sábado e domingo. O Congresso vai realizar-se a 20 e 21 de Julho na Póvoa de Varzim.

O primeiro-ministro e presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, apresentou sexta-feira ao Presidente da República o acordo alcançado com o líder do CDS-PP. As direcções dos sociais-democratas e dos centristas vão ter uma reunião neste sábado, ao final da tarde, na sequência da qual será feita uma declaração.

Paulo Portas pediu a demissão de ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, depois de Vítor Gaspar se ter demitido de ministro de Estado e das Finanças e de ter sido substituído por Maria Luís Albuquerque, alteração na composição do Governo PSD/CDS-PP que foi divulgada na segunda-feira e que não agradou a Portas.

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