Em sete anos a China deslocou dois milhões de tibetanos

Relatório da organização Human Rights Watch.

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O palácio Potala em Lhasa Reuters

Nos últimos sete anos, o Governo de Pequim obrigou dois milhões de tibetanos a abandonarem as suas terras e a instalarem-se noutras zonas da região autónoma e da China, denuncia um relatório divulgado pela Human Rights Watch.

Os deslocamentos forçados foram feitos ao abrigo da directiva para a "manutenção do controlo político das populações rurais" e moveu uma importante fatia dos seis milhões de habitantes do Tibete.

A organização não governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos ouviu testemunhos e recorreu a imagens de satélite, que foram submetidas a um trabalho de comparação, para se chegar às conclusões que publicou. De acordo com o documento, muitas localidades foram esvaziadas da sua população, que foi realojada.

Segundo a Human Rights Watch, algumas dessas povoações já não existem – foram destruídas depois de os seus habitantes terem sido retirados. Para realojar os deslocados, diz a ONG, a China criou "novas aldeias socialistas", sobretudo na zona de Kiangchung, e nelas vivem 330 mil pessoas; outros grupos terão sido enviados para regiões na China como Qinghai e Sichuan.

A ONG concluiu que não havia registo de uma tão grande transferência forçada de tibetanos desde a época maoísta. O Tibete foi ocupado nos anos de 1950 pela China, que o considera uma das suas regiões com estatuto especial.

Oficialmente, explica a Human Rights Watch, os realojamentos são voluntários, mas há quotas que são cumpridas à força pelas autoridades locais. O governo da região autónoma do Tibete tem como meta conseguir mudar mais 900 mil habitantes até ao final de 2014.

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