Contratação de médicos portugueses divide Brasil

O Governo brasileiro pretende contratar médicos estrangeiros, sobretudo portugueses e espanhóis, para colmatar necessidades em algumas áreas

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Pilar Olivares/Reuters

O projecto do Governo que pretende trazer médicos estrangeiros para exercerem no país está a dividir os brasileiros, de acordo com uma sondagem de opinião divulgada pelo jornal "Folha de São Paulo".

A sondagem do Datafolha - órgão ligado ao jornal brasileiro - revela que 47% dos entrevistados são favoráveis e 48% são contrários à principal medida para melhorar a área da saúde reforçada pela Presidente Dilma Rousseff após o início dos protestos no país.

O Governo brasileiro pretende contratar médicos estrangeiros, sobretudo portugueses e espanhóis, para colmatar a alegada necessidade em áreas carentes destes profissionais. Brasil e Portugal já estavam a discutir a equivalência dos diplomas dos médicos portugueses antes mesmo do início dos protestos que acontecem em várias cidades brasileiras.

Ordens têm resistências

As ordens e associações médicas dos dois países já mostraram resistência a este projecto. O Conselho Federal de Medicina brasileiro nega que haja falta de médicos e afirma que faltam condições de trabalho nas zonas periféricas e do interior do país.

Na sondagem divulgada esta segunda-feira, a aprovação ao projecto é maior entre os mais jovens (51%), entre os menos escolarizados (56%), entre os mais pobres (54%) e entre os moradores da região Nordeste (56%). Quanto maior o grau de escolaridade e o rendimento familiar mensal do entrevistado, menor é o apoio à contratação de médicos estrangeiros.

A sondagem também quis saber se os brasileiros concordam com o destino dos impostos pagos pelas empresas de petróleo para o setor da educação. O resultado mostra que 56% apoiam a medida.

Na semana passada, pressionada pelos protestos que tomaram as ruas, a câmara dos deputados aprovou o projecto que destina à educação 75% das receitas com "royalties" dos novos campos de petróleo (os 25% restantes vão para a saúde) no Brasil. Na pesquisa, feita nos dias 27 e 28 de junho, foram ouvidas 4.717 pessoas em 196 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

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