Rio alertou Portas para "dispensáveis dificuldades" criadas na Porto Vivo

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Rio encontrou-se com Portas Foto: Paulo Ricca

O presidente da Câmara do Porto já reuniu com líder do CDS-PP e ministro, Paulo Portas, e alertou-o para a "criação de dispensáveis dificuldades" pelo Governo à Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU), revelou hoje fonte da autarquia.

"Parece evidente que não se deve modificar o que tem funcionado bem, principalmente num país em que - desastradamente - tanta coisa funcional mal", disse o autarca ao líder do partido da ministra Assunção Cristas, que tutela o Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), accionista maioritário da Porto Vivo, adiantou à Lusa a fonte do município.

O encontro entre Rio e Portas realizou-se na sexta-feira e foi solicitado no âmbito da Carta Aberta enviada ao Governo, a alertar para importância da SRU Porto Vivo para a dinamização da economia, referiu o gabinete de comunicação da câmara.

"O presidente da Câmara reforçou a ideia de que, na sua óptica, não há qualquer problema - apenas a criação de dispensáveis dificuldades - e uma certa incapacidade para entender o óbvio" do Governo em relação à SRU.

A ministra Assunção Cristas, já manifestou a intenção do Governo em retirar-se do capital social da empresa de capitais públicos, detida em 60% pelo Estado, através do IHRU, e em 40% pela Câmara do Porto.

"Se o Governo achar que investir um milhão de euros por ano no Porto Vivo não é um prejuízo insuportável, nem um ónus demasiado pesado para o Orçamento do Estado português (que prevê cerca de 80 milhões de euros de despesa pública) e que, por isso, não tem de ser inventado nenhum outro modelo para a (des)intervenção do Estado na reabilitação da Baixa portuense, o alegado problema fica resolvido", explicou Rio a Portas.

No encontro com o líder do CDS-PP, o social-democrata Rui Rio notou ainda a "importância da Porto Vivo para economia local e nacional", por se tratar de um projecto "que tem conseguido um elevadíssimo volume de investimento privado com efeitos muito positivos, designadamente na construção civil e no turismo".

O presidente da Câmara do Porto disse na terça-feira, em Lisboa, não entender a ausência de resposta do primeiro-ministro a um pedido de audiência a propósito da Porto Vivo, considerando "dramático" que o executivo queira abandonar um projecto "de crescimento económico".

No final de uma audiência de cerca de uma hora e meia com o Presidente da República, no Palácio de Belém, Rui Rio defendeu a reabilitação urbana como "nuclear para Portugal e para o Porto", lamentando que "isso o Governo não entendeu".

"Tanto não entendeu que eu não recebi qualquer resposta do primeiro-ministro", disse, sublinhando não se recordar de uma iniciativa deste género ter reunido "tantas pessoas com um carácter tão transversal", na cidade do Porto.

O autarca do Porto afirmou que a audição com Cavaco Silva e a carta aberta ao Governo, que disse contar com "praticamente 1500 assinaturas", permitiram que a dívida do Estado à Porto Vivo (pouco mais de dois milhões de euros) tenha sido paga na semana passada e enfatizou que este projecto permitiu "gerar mais de 500 milhões de euros de investimento privado" desde 2005.
 

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