UGT e CGTP lançam "grande greve" com críticas a Passos Coelho

Líderes das centrais sindicais encontraram-se no arranque da noite de greve e foram duros para o primeiro-ministro, que disse que o país precisa mais de trabalho do que de greves.

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Arménio Carlos e Carlos Silva no arranque da greve geral Enric Vives-Rubio

Os secretários-gerais da UGT e CGTP encontraram-se na noite desta quarta-feira no centro de recolha de lixo de Lisboa, nos Olivais. Os dois estavam a falar com sindicalistas, separados por poucos metros, fingindo não se reconhecerem, quando Carlos Silva soltou um: “Ai ele está cá?” E dirigiu-se para Arménio Carlos, ao mesmo tempo que alguém gritava “ele não foge”. Os dois cumprimentaram-se perante as câmaras e trocaram declarações de circunstância.

“Vai ser uma grande greve”, disse Arménio Carlos. “Convergência é isto”, acrescentou Carlos Silva.

A poucos metros de distância, João Semedo, um dos coordenadores do Bloco de esquerda, também falava à imprensa, num verdadeiro engarrafamento político-mediático.

“Os trabalhadores é que são os protagonistas”, disse Arménio Carlos, elencando alguns problemas dos trabalhadores de recolha de lixo, nomeadamente o facto de ser uma profissão de desgaste rápido.

Depois virou-se para Carlos Silva e disse: “Vou agora para a CP. Passe uma noite boa”. Os dois concordaram que vai ser uma grande greve geral.

Antes, os dois líderes sindicais tinham sido interpelados pelos jornalistas a propósito das declarações de Pedro Passos Coelho, no Parlamento (“o país precisa menos de greves e mais de trabalho”). Arménio Carlos respondeu ao primeiro-ministro, afirmando que “esta greve geral é pela defesa do trabalho” e acusou Passos de estar a destruir o emprego em Portugal, referindo existir um milhão e meio de pessoas sem emprego no país.

Carlos Silva disse que o primeiro-ministro fez um discurso que “é anterior ao 25 de Abril e não se compagina com a democracia que temos há 40 anos”.

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