Pais e directores querem adiar exame de Matemática que coincide com greve geral

Alunos dos 6.º e 9.º anos fazem prova final de Matemática a 27 de Junho. Mas pais e directores antecipam problemas piores que os da greve de segunda-feira, em que 18 mil alunos não conseguiram fazer o exame nacional de Português.

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Há 200 mil alunos inscritos para as provas obrigatórias dos 6.º e 9.º anos Enric Vives-Rubio

As provas finais de Matemática para os alunos do 6.º ano e do 9.º ano estão marcadas para 27 de Junho, dia de uma greve geral. As associações de pais e directores de escolas querem, por isso, que o Ministério da Educação adie estes exames para prevenir eventuais consequências para os alunos.

A Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) argumenta que desta vez a greve atinge todos os trabalhadores do sector público e privado, pelo que na área da educação, além de professores, também auxiliares poderão aderir à greve – sendo que sem estes últimos as escolas não podem abrir. Uma situação que dificilmente permitirá que 200 mil alunos realizem as provas obrigatórias.

O presidente da Confap, Jorge Ascenção, antecipa, em declarações à TSF, uma situação ainda mais complicada do que a que se verificou na segunda-feira, dia em que o arranque dos exames nacionais coincidiu com uma greve convocada pelos sindicatos de professores e que fez com que muitos alunos não conseguissem fazer a prova de Português. Entretanto o ministro Nuno Crato anunciou que os 18.000 alunos que não fizeram a prova terão uma nova oportunidade a 2 de Julho.

Já o presidente do Conselho das Escolas, Manuel Esperança, defende que “certamente o senhor ministro já terá pensado no assunto”. E acrescenta, em declarações ao Diário de Notícias: “Se fosse eu a decidir, era o primeiro a considerar adiar a realização das provas no dia 27, há vários factores em jogo”. Manuel Esperança relata o caso da escola que dirige, a secundária José Gomes Ferreira, em Lisboa, onde apesar da adesão à greve de segunda-feira na ordem dos 40% conseguiram realizar os exames de Português aos cerca de 200 alunos. Contudo, para a semana teme que a situação seja bem diferente. “Muita gente pode querer vir fazer os exames e não ter transporte”, exemplifica.

Também a Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas defende que as provas devem ter uma nova data. Adalmiro Botelho da Fonseca, presidente desta associação, insiste que a situação é especialmente complicada por se tratarem de alunos mais novos, no 6.º e 9.º anos. Já o exame nacional de matemática do 12.º está marcado para dia 25 de Junho, dois dias antes da greve. Da mesma forma, a Associação Nacional de Dirigentes Escolares, através de Manuel Pereira, acredita que o Ministério vai adiar as provas de Matemática.

À TSF, o gabinete do ministro da Educação reagiu dizendo que de momento nada tem a dizer sobre o assunto. Já ao Diário de Notícias não quis confirmar se já tem ou não uma decisão tomada.

O apelo surge em plena época de exames. Nesta quarta-feira, cerca de 25.000 alunos do secundário realizam as provas de Geometria Descritiva, Economia e Literatura Portuguesa. O exame de Economia A é o que concentra maior número de alunos, com 12.499 inscritos. Para o exame de Geometria Descritiva A estão inscritos 10.337 alunos e para o de Literatura Portuguesa 2407. A primeira fase da época de exames do Ensino Secundário decorre até 26 de Junho.

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