Relações que começam online são mais felizes e duradouras

Estudo da Universidade de Chicago conclui que as conversas online permitem abordar, desde logo, todos os temas e não deixam grandes dúvidas entre o casal

Foto
jeroen_bennink/Flickr

Um estudo levado a cabo por um grupo de investigadores da Universidade de Chicago (UChicago), e publicado pela Academia Nacional das Ciências, concluiu que as relações amorosas que começam na Internet têm mais probabilidade de perdurar e de trazer felicidade ao casal.

O grupo entrevistou mais de 19 mil casais (19 131, mais precisamente), que se casaram entre 2005 e 2012 e dos quais 45% se conheceram online. A conclusão foi que, de facto, o tradicional início de relação está ultrapassado: aqueles que se conheceram online, em sites de relacionamentos, tinham mais hipóteses de vir a ter um casamento duradouro do que aqueles que se conheceram através de amigos em comum ou em espaços sociais.

Segundo o estudo, apenas 6% dos casais que começaram online enfrentaram uma ruptura, enquanto que 7,6% dos que se conheceram na "vida real" já terminaram. Além disso, o índice de satisfação com o casamento é maior entre os casais que começaram online: 5,64% contra 5,48%.

Ser mais selectivo na Internet

Mais de um terço dos casamentos registados em Chicago entre 2005 e 2012, sublinha a investigação, começou em plataformas de relacionamentos online. Já entre os relacionamentos que mais têm a possibilidade de falhar estão aqueles que começaram em bares, encontros "às cegas" e em comunidades virtuais que funcionam como uma espécie de "mundo à parte", onde as pessoas usam frequentemente avatares ou personagens fictícias.

John Cacioppo, do grupo de investigação, explicou ao jornal espanhol "El Mundo" que as pessoas que procuram um par na Internet "tendem a ser mais selectivas". Depois, as conversas virtuais são normalmente mais propícias à auto-revelação. "As pessoas tendem a conversar muito antes de efectivamente se conhecerem e abrem-se mais por estarem protegidas atrás de um ecrã", acrescenta. "Tudo isto pode contribuir para o futuro da relação."

Apesar das conclusões plausíveis e ainda que publicado num jornal científico de prestígio, este estudo não deixou de ser contestado, já que foi encomendado pelo site online de encontros eHarmony. Ainda assim, o grupo de investigação assegura que um acordo com a empresa garantiu — ainda antes da análise dos dados — que os resultados não afectariam a publicação do estudo. Além disso, de modo a garantir a integridade da pesquisa, a equipa seguiu os procedimentos exigidos pelo Jornal da Associação Médica Americana (JAMA), que inclui a supervisão por parte de académicos independentes.

Sugerir correcção
Comentar