Falhou a primeira tentativa de devolver touro fugitivo de Viana à liberdade

Criador recusou oferta de 500 euros pelo animal. Campanha na internet prossegue para evitar o abate do bicho.

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Só um dos dois touros foi capturado. Outro continua a monte, desde 6 de Maio Nuno Alexandre Mendes

A primeira tentativa de devolver à liberdade um dos dois touros já recuperados após a fuga de uma quinta em Perre, Viana do Castelo, em Maio passado, fracassou por falta de entendimento entre uma instituição interessada no animal e o proprietário do “Marreta” como foi baptizado.

O segundo touro continua a monte desde 6 de Maio. Ambos de raça galega, com mais de 500 quilos, os animais fugiram do destino, um talho de Ponte de Lima, precisamente quando estavam a ser carregados para o matadouro. O movimento “Touros em Fuga”, criado dias depois nas redes sociais, não desiste e continua com a campanha de angariação de donativos para comprar os animais, tentando assim evitar que o seu destino volte a ser o matadouro.

Do proprietário, um agricultor de 66 anos, o grupo que já reúne 2.193 seguidores, conseguiu a garantia de aguardar até dia 20 por nova proposta. Caso isso não aconteça, a partir daí, Manuel Farinhoto poderá começar a procurar outra solução. Em declarações ao PÚBLICO, o criador de gado de Perre garantiu não ter “pressa” até porque o animal ainda não está totalmente recuperado da semana que em Maio passou fugido nos montes da freguesia vizinha de Outeiro, a cerca de quatro quilómetros da quinta onde foi criado.

O aparecimento da proposta que agora fracassou foi anunciada há cerca de uma semana na página “Touros em Fuga”. Uma instituição que exigia anonimato, manifestou disponibilidade para adquirir o touro. Formalizou uma proposta, por escrito, ao criador de Viana mas não foi possível o entendimento. Manuel Farinhoto explicou ao PÚBLICO que o acordo não se concretizou porque a entidade não aceitou as alterações feitas à proposta inicial.  

“Ofereceram-me 500 euros pelo animal e eu até nem respondi à carta porque não é valor para levar a sério. Por esse dinheiro comprava uma ovelha e não um touro com dois anos e 500 quilos de peso”, adiantou o criador. No entanto, o agricultor ainda reconsiderou a recusa em vender o animal quando o movimento se propôs suportar a verba em falta para atingir os 1.300 euros fixado como valor comercial do animal. Manuel Farinhoto adiantou que foi a instituição que não se mostrou disponível para acolher essa solução tripartida.

Esta quarta-feira, no Facebook, a comunidade “Touros em fuga”, lamenta que “as partes envolvidas não tenham alcançado o desejado acordo, no interesses e salvaguarda do touro”. No comunicado publicado renova o apelo a “potenciais parceiros”, desde “quintas pedagógicas, operadores de turismo rural, marcas, empresas, ou instituições com elevados valores éticos”.

O grupo garante “que se encontra aberta a via negocial, tendo em vista a finalidade de salvar o touro já encontrado”, uma vez que o segundo animal continua ainda desaparecido. O movimento iniciado por Miguel Dinis, um publicitário de Lisboa com 37 anos de idade, confirma o acordo alcançado com o proprietário, de aguardar até ao próximo dia 20, para encontrar um novo interessado que evite o abate do animal.

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