Comissão defende segunda série de testes para avaliar presença de carne de cavalo
Comissário gostava de saber se presença de carne de cavalo em refeições anunciadas como tendo 100% carne de vaca baixou ou não.
O comissário europeu encarregado da saúde, Tonio Borg, disse que é favorável a uma segunda série de testes, a nível europeu, para detectar a eventual presença de carne de cavalo em produtos alimentares e ainda um produto proibido nas carcaças de equídeos.
Em Portugal, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) confirmou a presença de carne de cavalo em lasanhas, canelones, hambúrgueres e almôndegas em 13 amostras de produtos produzidos pela indústria de transformação portuguesa.
A presença de fenilbutazona, um anti-inflamatório proibido na alimentação humana, foi também detectado em 0,5% das carcaças de cavalo testadas. Estas percentagens "são baixas", defendeu Borg. "Mas preferia que fossem ainda menores - é por isso que não excluo uma segunda série de testes", disse o comissário aos jornalistas.
"Trata-se também de ver se após estes primeiros testes, estas percentagens evoluíram em baixa ou não", acrescentou. "Sou pessoalmente a favor de uma segunda série de testes", acrescentou. A Comissão Europeia, precisou, pode "recomendar" a medida, "mas não ordená-la".
A fraude da carne de cavalo foi descoberta em Janeiro, no Reino Unido, quando foi detectada carne de cavalo em lasanhas da marca Findus, que deveriam ser de carne de vaca, mas que tinham 100% de carne de cavalo. À medida que se foi encontrando carne de cavalo em alimentos transformados noutros países da Europa, como na Alemanha e na França, foi-se percebendo a dimensão da fraude, que torna a produção destes alimentos mais barata. Em Portugal, foi encontrada carne de cavalo numa lasanha comercializada pela Nestlé em exclusivo para hotéis e restaurantes e em lasanha da marca EuroShopper que esteve à venda nas lojas Recheio.