É a vez do Washington Post começar a cobrar por conteúdos online

Nos EUA, mais de metade dos jornais adoptou algum tipo de venda na Internet.

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O Washington Post dá especial atenção à política americana Lauren Victoria Burke/AP

O Washington Post anunciou que se vai juntar ao grupo crescente de jornais que cobram por conteúdos digitais. A partir do próximo dia 12, e num modelo que se está a tornar comum, os leitores poderão aceder gratuitamente a 20 páginas antes de serem confrontados com a necessidade de pagar.

Como habitual neste tipo de barreira de pagamento, os conteúdos a que o leitor aceda a partir de motores de busca, agregadores e redes sociais não contarão para o limite, e os preços variam consoante o assinante pretenda um acesso apenas através da Web ou também nas aplicações móveis.

Este modelo ganhou atenção sobretudo depois de o jornal The New York Times o ter adoptado, em 2011, também com um limite de 20 páginas. Mais tarde, a publicação veio a diminuir a quota de páginas gratuitas para dez e apertou a barreira, resolvendo algumas das questões técnicas que, propositadamente, deixavam os leitores ultrapassarem o limite.

Na Europa, o Financial Times foi um dos pioneiros deste sistema. Contrariamente ao Washington Post, ambos são jornais com uma audiência global e têm tido sucesso na venda destas assinaturas digitais.

Numa mensagem publicada no site do Washington Post, a directora executiva da empresa por trás do jornal, Katharine Weymouth, nota que o Post não está apenas a vender um produto e pede o apoio dos leitores: “Uma assinatura dará acesso ilimitado a todo o jornalismo de classe mundial do Post, a conteúdos multimedia e interactivos, e ainda mais. Importante, estará também a ajudar a apoiar a nossa operação noticiosa”.

De acordo com dados divulgados esta semana pela Associação Mundial de Jornais, mais de metade dos jornais americanos cobra por algum tipo de conteúdo online e 40% implementaram o sistema de um número limite de artigos gratuitos. Segundo o relatório apresentado pela associação (que agrega dados de 70 países), 3% dos visitantes tornam-se assinantes. 

Em Portugal, nenhum jornal adoptou um modelo deste género, embora vários ofereçam assinaturas digitais, que incluem o acesso em dispositivos móveis ou a conteúdos das edições impressas que não estão disponíveis gratuitamente.

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