Líder do BE pede "clareza" ao PS e a Seguro

João Semedo diz que "a esquerda que quer ser esquerda não se vira para a direita".

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O Governo “vai insistir na austeridade”, diz João Semedo Daniel Rocha

O coordenador do Bloco de Esquerda João Semedo pediu hoje “clareza” ao secretário-geral do PS, António José Seguro, afirmando que “a esquerda que quer ser esquerda vira-se para a esquerda, não se vira para a direita”.

João Semedo disse que se trata de uma “exigência do momento”, dirigida aos socialistas e ao seu secretário-geral, António José Seguro. “É preciso clareza”, afirmou em Lisboa, numa sessão pública no Liceu Camões,

O líder bloquista referia-se ao encontro das esquerdas na Aula Magna, promovido na semana passada pelo antigo Presidente da República Mário Soares e do qual o Bloco participou com “empenho”.

João Semedo manifestou-se mais uma vez disponível para a participação na construção de uma “alternativa de esquerda”, mas sublinhou que “um Governo de esquerda e uma política de esquerda não se fazem com gente do PSD e com gente do CDS, os actuais ou os seus sucessores”.

“Não nos tranquiliza ouvir António José Seguro e o Partido Socialista dizer que umas vezes pode ser com a esquerda, outras vezes pode ser com a direita, porque sempre que ouvimos dizer isto, o PS andou pelos caminhos da direita”, disse.

Para o Bloco, “uma política de esquerda não pode ter nenhum ponto de contacto, nenhuma continuidade, com a austeridade, com o memorando, com as políticas da troika”.

“Cada partido de esquerda tem que se definir com clareza relativamente a isto. E tal como nós nos definimos, julgamos que temos a responsabilidade e temos a exigência de dizer às outras esquerdas que também é tempo de elas se definirem”, afirmou.

João Semedo saudou também a convocação de uma greve geral para o dia 27 de Junho pela CGTP-IN, na sexta-feira, esperando que a UGT também se junte à convocatória, numa decisão que considerou “inteligente” e que “certamente terá um grande impacto na vida dos portugueses”.

O coordenador bloquista prometeu o empenho do BE para transformar o protesto na maior greve geral que “o país já viu”.

 

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