Novo programa de Matemática vai ser "benéfico" para todos, defende SPM

Presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática tinha considerado em Abril que o novo programa iria provocar "agitação desnecessária" nas escolas.

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Novo programa está em consulta pública até ao final do mês Paulo Pimenta

A Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) defende que a implementação do novo programa da disciplina, que entrará em vigor no próximo ano lectivo no ensino básico, “será decisiva para que se atinja um patamar de exigência mais elevado, cujas consequências benéficas serão, a prazo, sentidas pelos níveis de ensino secundário e superior, e pela sociedade portuguesa em geral”.

O novo programa está em consulta pública até ao próximo dia 31 e será homologado pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC) a 17 de Junho. Quando foi conhecido, em Abril, que o MEC ia substituir o programa de Matemática ainda em vigor, que foi aprovado em 2007, o presidente da SPM, Miguel Abreu, defendeu, em declarações ao PÚBLICO, que tal iria provocar "uma agitação desnecessária" nas escolas.

"A cinco meses do início do ano lectivo, isso só se justifica se tiver sido detectada alguma impossibilidade legal de aplicar as metas curriculares", acrescentou.

As novas metas curriculares, cuja utilização foi este ano “fortemente recomendada” pelo MEC, terão carácter obrigatório a partir de Setembro. Na apresentação do novo programa, em Abril, o ministro da Educação, Nuno Crato, admitiu que após este primeiro ano de aplicação das metas “subsistirem algumas dúvidas e incongruências pontuais” entre o que se encontra recomendado nestas e o que está recomendado no programa de 2007, o que levou à elaboração de um novo documento de referência para a disciplina.

Num parecer divulgado nesta quinta-feira no âmbito da consulta pública, aberta a 23 de Abril, a SPM defende que o novo programa constitui “um enorme passo na direcção certa” por ser um documento “com uma estrutura muito clara, bem organizado, construído em torno de objectivos e de conteúdos precisamente enunciados e que, de modo muito explícito, deixa aos docentes a liberdade pedagógica na escolha e implementação de estratégias de ensino”.

Ao nível dos conteúdos, a SPM congratula-se com a adopção de propostas que visam “o controlo no uso da calculadora, o reforço na prática de algoritmos e da memorização incluindo, por exemplo, estudo da tabuada”.

No seu parecer, a organização de que Nuno Crato foi presidente lembra ainda que sempre criticou o programa aprovado em 2007 por considerar que “todas as características” fundamentais num documento desta natureza “estavam flagrantemente ausentes”.

O programa de 2007 é defendido pela Associação de Professores de Matemática, cuja presidente, Lurdes Figueiral, já acusou Crato de estar, com as novas orientações, a promover um retrocesso “de 40 anos no ensino da disciplina”.

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