Cientista despedida em Espanha participou na primeira clonagem de células humanas

Uma das investigadoras que participaram, nos Estados Unidos, na primeira clonagem terapêutica de células humanas, anunciada esta quarta-feira, tinha ficado sem emprego em Espanha devido aos cortes no financiamento da ciência.

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Nuria Martí Gutiérrez Universidade de Saúde e Ciência do Oregon

A bióloga espanhola Nuria Martí Guitérrez teve de imigrar para os Estados Unidos depois de ser despedida, em 2011, do Centro de Investigação Príncipe Felipe, em Valência, devido a cortes nos fundos para o sector, noticia esta sexta-feira a imprensa espanhola.

A cientista co-assina o artigo, publicado esta quinta-feira na revista Cell, a anunciar a primeira clonagem humana para fins terapêuticos a ser bem-sucedida – um passo considerado importante para o desenvolvimento futuro de tratamentos personalizados contra doenças como a de Parkinson ou a esclerose múltipla.

As células estaminais embrionárias, que surgem quando o embrião possui 150 células, têm a capacidade de se diferenciarem em todo o tipo de células do organismo, apresentando, por isso, um grande potencial terapêutico. E a equipa de Shoukhrat Mitalipov, da Universidade de Saúde e Ciência do Oregon (EUA), conseguiu agora transferir o núcleo de células da pele humana para ovócitos humanos previamente esvaziados do seu próprio núcleo, gerando assim embriões humanos artificiais que a seguir deram origem a linhas de células estaminais embrionárias derivadas dessas células da pele.

Especializada em reprodução assistida, Nuria Gutiérrez participou no projecto como coordenadora das doações de ovócitos e assina o artigo da Cell em quarto lugar, entre 23 autores.
 
 
 

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