UGT: “Desencanto” com posição de Paulo Portas

Carlos Silva foi ao Parlamento e alertou para possibilidade de cortes nas pensões.

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Carlos Silva esteve nesta terça-feira no Parlamento Rui Gaudêncio

O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, assumiu nesta terça-feira “um certo sentimento de desencanto” com a “inversão” da posição do presidente do CDS-PP em relação às medidas que poderão implicar cortes nas pensões actuais e futuras anunciadas por Pedro Passos Coelho há duas semanas.

A posição do novo líder da UGT foi transmitida ao líder parlamentar do CDS, Nuno Magalhães, na reunião que decorreu no Parlamento.

Carlos Silva foi ao grupo parlamentar dos centristas manifestar ainda o receio de que a medida venha mesmo a ser aplicada, apesar das garantias recebidas em sinal contrário. “Aquilo que é apresentado como último recurso pode vir a tornar-se num primeiro recurso”, disse o sindicalista ao comentar a decisão do último Conselho de Ministros.

E, embora reconhecendo que as portas para o “diálogo social” nomeadamente com o Governo “estão sempre abertas”, Carlos Silva acrescentou ter chegado o momento de “escolher” entre as “exigências do povo português, em detrimento das exigências da troika”.

Da parte do CDS, o líder parlamentar Nuno Magalhães optou por destacar “com agrado” a “convergência em vários pontos” com a UGT. Sobre as medidas relacionadas com as pensões, confirmou ter frisado perante a delegação da UGT que “aquilo que era obrigatório deixou de o ser, e aquilo que era imediato deixou de o ser”. Ou seja, mostrou-se “plenamente convencido de que a medida não será tomada”.

Relatório da OCDE é para “juntar ao arquivo da prateleira”
O líder da UGT contestou o relatório da OCDE, em particular a crítica à rigidez do Código do Trabalho, dando a entender que o documento daquela organização internacional é “mais do mesmo” e, por isso, é “para juntar ao arquivo da prateleira”.

O sindicalista comparou o estudo tornado público esta terça-feira com os pareceres pedidos pelas empresas onde se “escreve apenas aquilo que interessa às empresas”. O secretário-geral rematou depois dizendo que o texto vai “ao encontro das expectativas do Governo”.
 

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