Correio normal enviado de Coimbra para Coimbra vai ter de passar por Lisboa

Funcionários que estão em greve nesta sexta-feira dizem que já há cartas a demorar quatro e cinco dias a atravessar a cidade.

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Empresa garante que greve de trabalhadores de Coimbra não irá gerar "atrasos relevantes" DR

Grande parte das cartas entregues em Coimbra, com destinatário na mesma cidade, vão ter que passar a ir a Lisboa antes de serem recebidas. A excepção será apenas para o correio azul e para as cartas registadas. Isto porque a partir de segunda-feira vão ser transferidos para a capital parte dos serviços realizados pelo Centro de Produção e Logística do Centro dos CTT, cujos trabalhadores estão nesta sexta-feira em greve.

António Pereira, da direcção do Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTCT), diz que a mudança deixou 17 funcionários fora da escala, uma situação que preocupa os dirigentes sindicais. “A empresa garante que não vai despedir ninguém e que vamos receber outros serviços, mas ainda não há data marcada para isso acontecer”, diz o sindicalista. Numa nota enviada ao PÚBLICO, a administração dos CTT diz que já na próxima terça-feira, 14 de Maio, começam as acções de formação que habilitarão os trabalhadores a desempenhar funções na vídeo-codificação. “O objectivo da reorganização em curso é melhorar a eficiência da rede operacional dos CTT e assim garantir a sustentabilidade da empresa”, afirmam os CTT.

A greve e a manifestação no centro de Coimbra serviram para os trabalhadores defenderem “o serviço público” prestado pelos CTT. Algumas cartas, as de tamanho maior, já passaram no mês passado a ser tratadas em Lisboa, o que gera atrasos na distribuição. “Temos tido muitas reclamações porque parte do correio enviado de Coimbra com destino à mesma cidade já demora quatro a cinco dias a chegar”, afirma António Pereira.

O encerramento de estações de correio em Coimbra é outra preocupação do SNTCT. “Segundo as últimas informações, na cidade de Coimbra, onde existem 13 estações de correios, vão continuar abertas apenas três”, precisa.

Numa nota enviada ao PÚBLICO, a administração dos CTT concentra-se na questão da transferência de serviços.  “A reorganização em curso consiste na manutenção neste centro das operações de logística e de tratamento de correio prioritário e na transferência para outras instalações dos correios do tratamento manual e mecanizado de correio normal”, diz a empresa. E acrescenta que serão transferidos de Lisboa para Coimbra os  "serviços de vídeo-codificação de correspondência e também do serviço mail-manager, que consiste na digitalização de grandes volumes de correio, ambos exigindo mão-de-obra intensiva”. Os CTT garantem ainda que pretendem manter o Centro Logístico dos Correios de Coimbra em funcionamento, desmentindo qualquer intenção de encerramento.

António Pereira diz que houve uma grande adesão à greve e contabiliza: “Dos 64 trabalhadores do turno da noite, o mais importante, só trabalharam dois”. Isto, diz, atrasará a entrega de algum correio, nomeadamento o azul e as cartas registadas, que continuam a ser tratadas em Coimbra. Já a administração dos CTT estimava que “a greve terá um impacto nulo ou residual no serviço aos clientes”, já que abrangeu apenas a central logística, deixando de fora o Centro de Distribuição Postal, de onde saem os carteiros. E remata: “As lojas dos correios funcionarão com normalidade e os carteiros farão os seus giros como habitualmente; e prevê-se que a correspondência não seja objecto de atrasos relevantes”.

 

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