EUA devolvem tiranossauro roubado à Mongólia

Esqueleto com 70 milhões de anos vai regressar ao país de origem, de onde foi contrabandeado.

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O <i>Tyrannosaurus bataar</i> foi descoberto no deserto de Gobi
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O Tyrannosaurus bataar foi descoberto no deserto de Gobi DR

Esteve no centro de uma polémica: depois de vendido em leilão em Nova Iorque, por mais de um milhão de dólares, ou 835 mil euros, a concretização da venda estava dependente do esclarecimento das suspeitas de contrabando que pendiam sobre ele. O caso ficou agora arrumado: o esqueleto de um tiranosauro asiático, o Tyrannosaurus bataar, foi realmente roubado da Mongólia e as autoridades norte-americanas entregaram-no esta segunda-feira, em Nova Iorque, às autoridades do país de origem.

O fóssil quase completo do Tyrannosaurus bataar, o primo asiático do famoso Tyrannosaurus rex, foi vendido em Maio de 2012 pela Heritage Auctions, leiloeira norte-americana especializada em leilões pela Internet. A base de licitação era então de 875 mil dólares ou 671 mil euros.

Antes da venda, o Presidente da Mongólia, Elbegdorj Tsakhia, emitiu um comunicado, no qual pedia à comunidade científica internacional que ajudasse a identificar a origem do fóssil. Um representante da Mongólia nos Estados Unidos também obteve uma providência cautelar de um juiz em Dallas, no Texas, onde a leiloeira tem a sua sede, para tentar impedir a venda do tiranossauro, até que a sua proveniência estivesse determinada.

O único sítio do mundo onde o Tyrannosaurus bataar é conhecido é na Mongólia. Viveu há 70 milhões de anos, era um pouco mais pequeno do que o Tyrannosaurus rex. Classificado há pouco tempo como tiranossauro, ultrapassava os sete metros de comprimento, tinha quase dois metros e meio de altura e estava dotado de mandíbulas e dentes poderosos. Tal como o tiranossauro americano, o asiático tinha duas patas fortes e os membros dianteiros eram invulgarmente curtos. Nas informações disponibilizadas sobre o fóssil, o corpo do animal está completo em 75% e o crânio em 80%.

Apesar da providência cautelar, a leiloeira foi para a frente com o leilão, considerando que essa acção judicial não tinha validade no estado de Nova Iorque. Disse ainda que dinossauro tinha sido descoberto no deserto de Gobi, na Ásia Central, e que tinha “garantias” de que tinha sido obtido dentro da lei, embora não revelasse o local exacto da descoberta, nem o nome do vendedor inicial.

Só que a concretização da venda acabou por ficar dependente destas questões legais. Tudo se deslindou entretanto. “Há quase um ano, este Tyrannosaurus bataar foi vendido num leilão na cidade de Nova Iorque por mais de um milhão de dólares, mas agora sabemos que fazia parte de um plano criminoso”, disse o procurador Preet Bharara, em comunicado, segundo o jornal espanhol El Mundo.

Na sequência da investigação, Eric Prokopi, um negociante de fósseis da Florida, admitiu ter contrabandeado o esqueleto do dinossauro. O Tyrannosaurus bataar entrou nos Estados Unidos em 2010, vindo do Reino Unido, onde já se sabia ter estado depois da saída da Mongólia. Agora regressará à origem. Final feliz para esta história.
 
 
 

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