Pela primeira vez há uma mulher na lista dos terroristas mais procurados do FBI

Polícia federal norte-americana oferece recompensa de dois milhões de dólares por informações que conduzam à captura de Joanne Chesimard.

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Joanne viverá em Cuba, mas o FBI ainda não desistiu de a capturar FBI

Quarenta anos depois de alegadamente ter matado um agente da polícia estadual em Nova Jérsia, Joanne Chesimard entrou para uma restrita galeria de malfeitores. Pela primeira vez, o FBI colocou uma mulher na lista dos terroristas mais procurados. A polícia federal oferece dois milhões de dólares pela sua captura.

A lista dos terroristas mais procurados existe desde 2001. Nela figuraram nomes planetários. Osama bin Laden, Ayman al-Zawahiri, Khalid Sheikh Mohammed, entre outros. Mas nunca tinha havido uma mulher nesse rol de gente classificada pelos EUA como terroristas e perseguidos pela justiça norte-americana como tal.

A estreia coube a uma ex-militante de um grupo denominado Black Liberation Army que é procurada desde que fugiu da prisão, a 2 de Novembro de 1979. Seis anos e meio antes, a 2 de Maio de 1973, Chesimard e dois cúmplices foram parados enquanto circulavam numa estrada em Nova Jérsia. Tinham cometido uma infracção rodoviária e receberam ordens de paragem de dois agentes estaduais. Chesimard já era procurada, segundo o FBI, por diversos crimes, incluindo assalto a bancos. A organização a que pertencia, diz a polícia federal, era um grupo "revolucionário e extremista".

Os dois agentes e os três suspeitos envolveram-se num tiroteio e, segundo o que ficou provado em tribunal, num julgamento que a condenou a prisão perpétua, em 1977, Chesimard executou a sangue-frio um dos agentes. Actualmente, viverá em Cuba, onde terá sido detectada em 1984 e para onde fugiu depois de escapar da prisão.

Dos outros dois cúmplices que a acompanhavam nesse dia sabe-se que um morreu na perseguição e outro foi apanhado e continua encarcerado. 

Joanne, que usou ao longo da vida 23 nomes para se identificar, terá entre 61 e 66 anos. É classificada desde 2005 como uma terrorista doméstica, porque a sua filiação no Black Liberation Army pressupunha, para as autoridades, o envolvimento em actividades antigovernamentais. Nessa altura, a recompensa pela sua captura tinha sido fixada em um milhão de dólares. Mas no dia em que passaram 40 anos do assassínio pelo qual foi condenada e presa, o FBI decidiu duplicar a recompensa.

A organização a que pertencia Joanne resultou da cisão, nos finais da década de 1960, de um grupo de militantes dos Black Panthers (movimento fundado na sequência do assassinato do activista negro Martin Luther King Jr.).

A filosofia deste grupo dissidente, fundado em 1971 e considerado inactivo desde meados da década de 1980, era "erguer as armas pela libertação e autodeterminação do povo negro dos Estados Unidos", segundo a definição do National Consortium for the Study of Terrorism and Responses to Terrorism, uma entidade ligada ao Departamento federal de Segurança Nacional, na Universidade de Maryland.

 

 
 
 

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