Deco: adesão ao leilão é "um cartão vermelho ao sector eléctrico"

Galp Energia, Gas Natural Fenosa e Iberdrola não participaram no leilão. Sobram EDP e Endesa.

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Reuters

A adesão de mais de meio milhão de consumidores ao leilão de electricidade é “um voto de confiança” e “um cartão vermelho ao sector eléctrico”, defendeu a responsável pelas relações institucionais da Deco.

“Houve um voto de confiança dos consumidores, que tentaremos honrar até ao último momento”, disse Rita Rodrigues, adiantando que o operador vencedor do leilão de electricidade promovido pela Deco será divulgado na sexta-feira.

Em declarações à Lusa, a porta-voz da Deco considerou que a elevada adesão dos consumidores “é um cartão vermelho ao sector eléctrico, porque os consumidores defendem que é preciso reagir”.

Rita Rodrigues escusou-se a adiantar o número de empresas que participaram no leilão, referindo que as negociações decorreram ao abrigo de “um pacto de confidencialidade”.

A Galp Energia, a Gas Natural Fenosa e a Iberdrola já disseram que não participaram no leilão. Excluídas as três empresas, restam a EDP e a Endesa a operar no mercado livre de electricidade. A Lusa tentou contactá-las, mas até ao momento não foi possível apurar se entraram no leilão.

A Galp Energia disse que não participou por considerar que as condições impostas não permitiam “a elaboração de uma oferta competitiva para as famílias portuguesas”.

Também a Gas Natural Fenosa ficou de fora do leilão de electricidade por “não se enquadrar na estratégia actual da empresa para o mercado nacional”.

Ao DN-Dinheiro Vivo, a Iberdrola tinha avançado que, “analisadas as condições do leilão e a situação actual do mercado de energia, não vai poder apresentar uma proposta que esteja em linha com as expectativas da Deco e dos consumidores”.

“Contactámos todas as empresas activas do mercado e a todas foi dada a possibilidade de entrar neste desafio e apresentarem propostas”, disse Rita Rodrigues, acrescentando que foram as empresas que propuseram que “as negociações fossem feitas sob um pacto de confidencialidade que a Deco pretende honrar”.

Quando anunciou o leilão, em Fevereiro, a Deco explicou que poderia vir a cobrar uma comissão por cada contrato assinado junto do fornecedor vencedor do leilão, que será anunciado na sexta-feira.

A associação indicou então que quer “privilegiar” os associados e só irá reter o valor dos não associados “para cobrir os custos administrativos, de organização, de publicidade, de gestão e o investimento em programas”.

A campanha Pague Menos Luz terminou na terça-feira, com mais de 587 mil inscritos. Nos 15 dias seguintes ao anúncio dos resultados do leilão, os consumidores serão informados do preço e das exactas poupanças potenciais conseguidas com o novo contrato, que poderão ou não aceitar.

A Deco, que chegou a equacionar um leilão para uma oferta conjunta de gás e electricidade, já fez saber que pode alargar o modelo a outras áreas – como as telecomunicações e o gás natural.
 
 

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