Avião solar inicia travessia pelos Estados Unidos

De costa a costa: o Solar Impulse partiu São Francisco rumo a Nova Iorque, com várias paragens pelo meio.

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O avião solar foi ligeiramente danificado após a sua aterragem no Japão DR

É o último desafio para o avião solar que já fez o primeiro voo intercontinental, entre a Europa e África. Esta sexta-feira, o Solar Impulse descolou de São Francisco, para uma travessia pelos Estados Unidos, tendo como destino final Nova Iorque.

Aos comandos do avião está o piloto suíço Bertrand Piccard, médico de formação que faz parte de uma família com uma longa tradição de exploradores e cientistas. O seu avô, Auguste Piccard, inventou na década de 1940 o primeiro batíscafo que, em 1960, seria utilizado no primeiro mergulho ao local mais fundo dos oceanos, a Fossa das Marianas – a bordo ia o pai de Bertrand, o oceanógrafo Jacques Piccard, além do tenente norte-americano Don Walsh.

Bertrand Piccard já tem um longo currículo de aventuras. Em 1992, ganhou, com o belga Wim Verstraeten, a primeira corrida de balão transatlântica (a Chrysler Challenge). Na sequência dessa vitória, e ao fim de três tentativas, conseguiu completar a primeira volta ao mundo de balão sem paragens. Nessa volta – em 19 dias, 21 horas e 47 minutos – percorreu 45.755 quilómetros, tendo como companheiro de aventura o britânico Brian Jones.

Em 2010, depois de sete anos de trabalho de uma equipa de 70 pessoas, o avião fez o primeiro voo real e esteve no ar 26 horas seguidas sem recurso a combustível. Em 2012, iniciou o primeiro voo intercontinental de um avião solar na Suíça, na cidade de Payerne, com uma escala em Madrid e aterragem final em Rabat, Marrocos. Entre Payerne e Rabat, o Solar Impulse voou mais de 2500 quilómetros.

Agora, o voo pelos Estados Unidos terá a primeira escala em Phoenix, ao fim de 19 horas no ar. De Phoenix seguirá para Dallas, St. Louis, cidade de Washington e, por fim, Nova Iorque. Tal como no voo intercontinental, o Solar Impulse será pilotado à vez ora por Bertrand Piccard, ora por André Borschberg, co-fundador deste projecto.

Feito em fibra de carbono, o avião tem a envergadura de asas de um Airbus A340 (63,4 metros), pesa apenas 1600 quilos e as asas estão cobertas por 12.000 células fotovoltaicas, que captam a energia solar e a armazenam em quatro baterias que alimentam quatro motores eléctricos.

O objectivo é voar à volta do mundo num avião movido a energia solar, que o par de pilotos suíços espera fazer em 2014. Tudo sem uma única gota de combustível.

“Queremos mostrar que, com tecnologias limpas, uma equipa cheia de entusiasmo e uma visão pioneira, podemos atingir o impossível”, disse Bertrand Piccard, citado pela BBC online, quando, em Março, anunciou a travessia de costa a costa pelos Estados Unidos.
 
 
 
 
 

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