Mourinho falha final pelo terceiro ano seguido

Final emocionante de jogo não chegou para Real Madrid fazer a reviravolta frente ao Borussia Dortmund na Champions.

Dois golos não chegaram
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Dois golos não chegaram Dani Pozo/AFP
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Os festejos do Dortmund Ina Fassbender/Reuters
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Ronaldo deixa o relvado cabisbaixo Sérgio Perez/Reuters
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Ramos nas alturas Javier Moreno/AFP
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Ronaldo desesperado Juan Medina/Reuters
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Mourinho ficou à porta da final Javier Moreno/AFP

O madridismo apelou à remontada. Relembrou feitos passados e evocou o orgulho. O Santiago Bernabéu encheu-se de gente cheia de esperança. Se havia alguma equipa capaz de ultrapassar uma desvantagem de 4-1 era o Real Madrid, destruído pelo Borussia Dortmund na primeira mão das meias-finais da Liga dos Campeões, mas ainda com uma esperança de continuar a sonhar com a “décima” por causa de um golo solitário de Cristiano Ronaldo. Três golos bastariam, mas o Real só marcou dois — venceu por 2-0 — e, pelo terceiro ano consecutivo, José Mourinho não conseguiu levar a formação merengue para lá das meias-finais da Champions.

O Real de Mourinho tem, de facto, bloqueado na última barreira antes da final. Em 2011, os merengues baquearam frente ao Barcelona; em 2012 não conseguiram ultrapassar o Bayern Munique numa eliminatória decidida nos penáltis. Mourinho, que foi eliminado pela quinta vez nas meias-finais (as duas anteriores foram com o Chelsea), vai ter então de esperar pelo seu terceiro título europeu, assim como o Real continua a aguardar por um troféu que já não conquista desde 2002 — e Ronaldo vai continuar ter apenas uma Champions no currículo, aquela que conquistou com o Manchester United em 2008.

Para o “milagre” se materializar, era essencial um golo do Real logo a abrir. E foi o que os homens de Mourinho procuraram com insistência desde que se ouviu o primeiro apito de Howard Webb no Bernabéu. Nos primeiros 15 minutos, domínio territorial total e quatro oportunidades claras de golo. Higuaín aos 4’, Cristiano Ronaldo aos 8’ e aos 13’ e Ozil aos 15’. Quando não eram os avançados “merengues” a falhar, era o guarda-redes Weidenfeller a segurar.

As pernas merengues baixaram de ritmo na mesma medida em que aumentava a confiança dos alemães, que equilibraram as operações. Para a segunda parte, o mesmo empenho e o mesmo orgulho em campo dos homens da casa, mas contra a mesma máquina bem montada por Jurgen Klopp. Lewandowski, o homem dos quatro golos em Dortmund, esteve perto de “matar” a eliminatória logo aos 50’, enviando uma bola à trave, após uma jogada de contra-ataque. Aos 61’, Gundogan volta a estar perto do golo, mas Diego Lopez brilha na baliza do Real.

Mourinho vai mexendo na equipa na esperança que alguma coisa mude, com Kaká, Khedira e Benzema. E a reviravolta começou, aos 82’. Kaká faz a distribuição para Ozil na direita, o médio alemão cruza e Benzema marca o 1-0. Não há tempo para festejar. A bola tem de ir rapidamente ao centro do campo e voltar a rolar. Bola em jogo, o Real pressiona como havia feito nos primeiros 25 minutos e, aos 88’, Sérgio Ramos responde da melhor maneira ao passe de Benzema e faz o 2-0.

Mourinho enigmático
Em seis minutos, o Real conseguiu o que lhe escapara durante os 82 minutos anteriores e para ser épico tinha mesmo de ser assim, sofrido até ao último segundo. A missão que parecia impossível deixara de o ser. Webb ainda deu mais cinco minutos de compensação e o Real correu como nunca atrás de cada bola. Mas o Borussia, apesar de ter sofrido a sua primeira derrota nesta edição da Champions e de ter estado muito longe daquilo que fez no jogo da primeira mão, foi maduro o suficiente para conseguir guardar a bola e garantir o seu sonho de chegar à final de uma competição que já ganhou em 1997.

Depois do quase milagre, Mourinho deixou escapar que talvez não continue em Madrid. “Quero estar num sítio onde me queiram. O importante não é que esteja ou não aqui, mas sim o que consiga o Real. Com três meias-finais consecutivas recuperou a credibilidade, mas o clube não vive de quases. E eu também não. Vai ter de ganhar a Champions no futuro. Quando, não sei. Se for comigo, óptimo. Se não, celebrarei da mesma maneira.”

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