Cavaco Silva exorta partidos a estudarem a fase pós-troika

"Não me venham dizer depois que eu não avisei", diz o Presidente da República.

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"Não me venham dizer depois que eu não avisei", diz o Presidente da República. Foto: Miguel Madeira

O Presidente da República exortou neste domingo os partidos políticos a estudarem cuidadosamente a fase pós-troika para evitar sacrifícios desnecessários aos portugueses e para que depois não lhe digam que não os avisou em devido tempo.

"Não me venham dizer depois que eu não avisei em devido tempo que é preciso desde já, no fim de Abril de 2013, ter em consideração os desafios e as exigências que serão colocadas a Portugal depois de terminar o programa de ajustamento", afirmou.

Cavaco Silva falava aos jornalistas à margem do 34.º Congresso Nacional de Cardiologia, a cuja sessão de abertura presidiu, e que decorre até terça-feira num hotel de Vilamoura.

De acordo com o Presidente da República, é fundamental que todos os partidos, deputados e agentes políticos portugueses estudem muito cuidadosamente o que é que significa o pós-troika e quais os desafios e exigências que advêm do final do programa de assistência financeira, para que não sejam exigidos sacrifícios desnecessários aos portugueses.

"Depois introduzam as condições que nos vão ser colocadas nos seus raciocínios políticos, nas suas atitudes", apelou, acrescentando que basta estudar os documentos divulgados pela Comissão Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional, tarefa que diz já ter cumprido.

O chefe de Estado sublinhou ainda que as palavras que usou no discurso que proferiu na Assembleia da República (AR) nas comemorações dos 39 anos do 25 de Abril foram exactamente as mesmas que usou na sua mensagem de ano novo.

"Se bem notaram, muitos nem perceberam que eu tinha utilizado precisamente as mesmas palavras que tinha utilizado na mensagem de ano novo. Distracções", afirmou.

Segundo o Presidente da República, de acordo com a informação de que dispõe e que já tinha expressado na mensagem de ano novo, os portugueses "não se podem dar ao luxo" de juntar uma crise política à crise económica e social grave que o país atravessa.

Cavaco Silva disse ainda que quando vai à AR não se dirige a nenhum grupo parlamentar específico, mas sim a todos os deputados, uma vez que todos lhe merecem "igual respeito".

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