A “alternativa é tão valiosa quanto o consenso”, garante Seguro

Líder do PS apontou o erro do Presidente e garantiu que tão bom como o consenso é em democracia a alternativa. E anunciou o PS como tal, prometendo um pacto para o emprego e um acordo de concertação social a médio prazo.

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Seguro no discurso de abertura Nelson Garrido
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“Sem alternativa a democracia não funciona. Não existe. É apenas uma democracia formal. O rotativismo não é solução.” Com esta afirmação, José António Seguro, líder do PS, respondia formalmente ao discurso feito pelo Presidente da República, Cavaco Silva, ao abrir ao início da noite desta sexta-feira o XIX Congresso socialista, que decorre até domingo em Santa Maria da Feira.

E referindo-se primeiro implicitamente às palavras de Cavaco Silva - que foi assobiado pelos congressistas cada vez que o seu nome era mencionado -, Seguro afirmou que a “alternativa e consenso devem conviver, de forma natural, numa democracia”. Isto logo a seguir a ter criticado o facto de o Governo apelar só agora ao consenso com o PS: “Numa altura em que alguns parecem descobrir as virtudes do consenso, quero reafirmar que a alternativa é tão valiosa quanto o consenso.”

Mas, no final do discurso, Cavaco seria directamente interpelado por Seguro. “Foi este o erro maior, transmitido pelo senhor Presidente da República aos portugueses. O erro de negar a esperança e a evidência de que há um caminho alternativo para sairmos da crise”, disse o líder do PS, prosseguindo : “O erro de negar o desenvolvimento e modernidade, em vez de uma receita de asfixia e de condenação à pobreza. O erro de traçar um quadro de resignação onde se esperaria um apelo ao melhor das energias de todos para dar curso ao único caminho que vale a pena percorrer: o caminho do combate ao atraso, à queda da economia, às desigualdades e às discriminações que o mais elementar sentimento de justiça não pode tolerar numa sociedade democrática.” E reafirmou que “em democracia há sempre soluções, há sempre alternativas", para concluir: “O pior serviço que à democracia podemos prestar é o da descrença na capacidade do povo para criar soluções para os problemas com que está confrontado."

Sem meias palavras, Seguro afirmou o PS como a alternativa ao poder actual e garantiu haver “um novo consenso” na sociedade portuguesa que só os socialistas estão “em condições de liderar”, pondo em prática “ uma alternativa política responsável, aberta à participação de todos os progressistas, humanistas, sociais-democratas, democratas cristãos”.

Já antes, no início do discurso, Seguro afirmara que “o PS só voltará ao Governo por vontade dos portugueses”, ou seja, depois de serem realizadas novas eleições.

No palco do Congresso, o líder do PS sublinhou que “mais do que um governo de salvação nacional, Portugal precisa de um projecto de mobilização nacional, de um novo impulso cívico, em torno de uma nova visão, em torno de um novo rumo para Portugal”.

Um rumo que “assenta em três pilares: um novo desenvolvimento; uma nova Europa e um novo compromisso com o contrato social”. E tem, garantiu Seguro, “uma prioridade: emprego”.

Para tal, Seguro propõe um “pacto para o emprego” a todas as forças políticas e a todos os parceiros sociais. A sua proposta é um “novo acordo de concertação social de médio prazo em torno de políticas orientadas para o emprego e de medidas de combate à precariedade e à pobreza”. Isto para que em 2020 se atinja a taxa de emprego superior a 70% e a redução do desemprego jovem para metade.

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