Câmara de Coimbra com saldo positivo de 5,5 milhões de euros em 2012

Oposição socialista alerta que este saldo resulta apenas da redução de custos extraordinários e que à dívida de 72 milhões o executivo PSD/CDS somou mais 27 milhões de euros de compromissos para exercícios futuros.

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As contas da autarquia foram aprovadas pelo PSD, com os votos contra do PS e a abstenção do vereador da CDU. O eleito do CDS não participou na votação Carla Carvalho Tomás/Arquivo

A Câmara Municipal de Coimbra aprovou esta segunda-feira o relatório de gestão relativo a 2012, que apresenta um resultado final positivo de 5,5 milhões de euros.

Aquele valor representa um acréscimo de cerca de 900 mil euros em relação ao ano anterior, “fruto, essencialmente”, da “melhoria dos resultados extraordinários”, salienta o documento.

Em 2012, a Câmara de Coimbra registou, no entanto, uma diminuição do volume de receitas da ordem dos 3,2 milhões de euros (menos 3,18 que em 2011), de acordo com o mesmo relatório, aprovado com os votos favoráveis do PSD, votos contra do PS e abstenção do representante da CDU (o vereador do CDS-PP não se encontrava na sala no momento da votação).

O Imposto Municipal Sobre Transmissão de Imóveis (IMT) foi uma das fontes de receitas do município que sofreu uma das mais acentuadas diminuições em relação a 2011, com um decréscimo de 18% (menos cerca de 1,6 milhões de euros). Os impostos indirectos, relacionados com licenças de loteamentos, de obras, de publicidade, registaram uma quebra da ordem dos 34% (menos 790 mil euros), em contraste com o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), que cresceu 1,1 milhões de euros.

No total, a despesa do município diminuiu, entre 2011 e 2012, 5,8 milhões de euros, 3,1 milhões dos quais resultaram da redução de pessoal (no final de 2012, a câmara tinha menos 73 trabalhadores do que em Dezembro de 2011).

“Os 5,5 milhões de resultados líquidos positivos resultam apenas da redução de custos extraordinários”, sustentou o vereador socialista Carlos Cidade, afirmando-se preocupado com “a expectativa de ‘espiral’ de aumento da dívida” do município. “À dívida de 72 milhões de euros”, este executivo “soma mais 27 milhões de euros de compromissos para exercícios futuros”, salientou Carlos Cidade, admitindo que “o exercício de 2013” possa terminar com “dívidas totais de perto de 90 milhões, o que seria um desastre”.

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