O nome dele é Joe e tem um filme novo em carteira

Foto
ADRIANO MIRANDA

Cemetery of Kings deverá começar a ser rodado no final do ano

Já passaram três anos desde a Palma de Ouro de Cannes de Apichatpong Weerasethakul por O Tio Boonmee que se Lembra das Suas Vidas Anteriores? Já passaram sim senhor, e o cineasta tailandês - que já foi homenageado no Curtas Vila do Conde e é presença regular nos festivais portugueses e mais rara no nosso circuito comercial - acaba finalmente de anunciar detalhes sobre a sua nova longa-metragem.

Não que Joe, como é conhecido por muitos, tenha andado parado - para além de ter realizado a média Mekong Hotel e as curtas Empire, M Hotel, Ashes e Sakda, foi presidente do júri de Locarno em 2012, realizou várias instalações e "andou a tomar conta de dois cães". O seu regresso às longas-metragens "convencionais" leva o título temporário de Cemetery of Kings - que ainda poderá ser mudado para não ferir as sensibilidades da monarquia tailandesa - e foi apresentado aos financiadores internacionais no festival de Hong Kong.

A fim de garantir a sua "liberdade criativa", o realizador optou por manter o orçamento de Cemetery of Kings ao mesmo nível do das obras anteriores (aproximadamente 750 mil euros) - "quanto mais elevado é o orçamento menos flexíveis podemos ser, e a flexibilidade é um modo muito feliz de trabalhar", declarou à revista The Hollywood Reporter. No novo filme, a actriz Jenjira Pongpas Widner deverá retomar o papel da enfermeira que interpretou nas duas longas anteriores do realizador, Syndromes and a Century e O Tio Boonmee, encarregue de tratar um grupo de soldados estacionado no rio Mekong que sucumbe a uma estranha forma de narcolepsia. Weerasethakul avançou ao Hollywood Reporter que a inspiração para o filme nasceu da sua visita a um cemitério austríaco onde reparou que as lápides dos monarcas falecidos eram tanto mais elaboradas quanto mais antigas fossem. Cemetery of Kings, que deverá começar a ser rodado no final do ano, não é contudo o único projecto do cineasta tailandês, que prepara também já o sucessor, um filme sobre a paisagem do Bangladesh, originado por uma instalação criada para a Bienal Sharjah dos Emiratos Árabes Unidos, e que exigirá um orçamento mais consequente. Com estes prazos, em qualquer caso, não é improvável esperar Cemetery of Kings para Cannes 2014...

Sugerir correcção
Comentar