O candidato de Bersani à presidência italiana causa revolta no centro-esquerda

Nome do ex-sindicalista Franco Marini foi proposto após acordo com Berlusconi e está a causar mal-estar no Partido Democrático (PD).

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Bersani abre nova polémica em Itália ALESSANDRO BIANCHI/REUTERS

Franco Marini, um antigo líder sindical e ex-presidente do Senado, é o candidato proposto por Pier Luigi Bersani, vencedor das eleições legislativas, para ocupar o cargo de Presidente da República de Itália.

Só que o nome do político de 80 anos, que recebeu o aval de Silvio Berlusconi, está a causar divisões no Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, não sendo certo que seja aprovado nesta quinta-feira no Parlamento.

"É um candidato do século passado", reagiu Matteo Renzi, presidente da Câmara de Florença e rival de Bersani nas primárias para a liderança da coligação de centro-esquerda.

Renzi garantiu mesmo que os seus apoiantes do Parlamento – mais de 50 – votarão contra o nome de Marini e outros deputados também prometem opor-se, criando incerteza na eleição desta quinta-feira.

O nome de Marini foi escolhido em detrimento de antigos primeiros-ministros como Romano Prodi, Massimo d'Alema e Giuliano Amato, mas à partida está longe de reunir consenso.

Para ser designado sucessor de Giorgio Napolitano, cujo mandato termina a 15 de Maio, Marini necessita de dois terços dos 1007 votos de uma assembleia conjunta da Câmara Baixa, do Senado e de delegados regionais. Se nas primeiras três sessões não houver um vencedor, passa a ser necessária apenas uma maioria simples, explica a Reuters.

Este é mais um episódio de instabilidade em Itália. Mais de 50 dias depois das eleições, Bersani ainda não conseguiu formar Governo – nem chegando a acordo com o PDL de Berlusconi, nem com o Movimento 5 Estrelas do comediante Beppe Grillo.

A eleição de um novo Presidente será fundamental para tentar desbloquear o impasse político em Itália. Caber-lhe-á mais uma tentativa de convencer os partidos a formar um Governo ou então dissolver o Parlamento e convocar novas eleições.
 
 

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