Bailarino do Bolshoi vai continuar em prisão preventiva

Um tribunal de Moscovo decidiu esta terça-feira que Pavel Dmitrichenko vai continuar detido, pelo menos até 18 de Junho.

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Pavel Dmitrichenko esta terça feira na sala de audiência do tribunal moscovita Sergei Karpukhin/Reuters

O bailarino do Bolshoi, uma das melhores companhias de reportório do mundo, é suspeito de ser o mandatário do ataque contra o director artístico, Sergei Filin, que a 17 de Janeiro foi agredido com ácido e ficou desfigurado, chegando mesmo a temer-se que tivesse perdido a visão.

Segundo a agência de notícias France Presse (AFP), a juíza Natalia Konovalova foi sensível às preocupações dos procuradores, que argumentaram que, posto em liberdade, Dmitrichenko poderia socorrer-se das suas ligações para pressionar os envolvidos na investigação.

De nada serviu que a advogada de defesa, Violetta Volkova, garantisse em tribunal que três dezenas de artistas, entre eles muitos bailarinos, estavam disponíveis para se responsabilizarem pela conduta do intérprete, que é um dos solistas da companhia. Os 12.500 euros que reuniram para pagar a caução também não convenceram Konovalova a libertar o bailarino.

Pavel Dmitrichenko, que arrisca uma pena de 12 anos de prisão, foi acusado em Março, assim como o executante do crime (Yuri Zarutsky) e um motorista (Andrei Lipatov). Lembra a AFP que, à data, as televisões russas mostraram imagens em que o bailarino admitia à polícia que organizara o ataque, mas que nunca esperara que fosse tão longe. Os outros dois envolvidos também confessaram e, tal como o bailarino, estão detidos.

Quando Dmitrichenko foi acusado, mais de 300 artistas uniram-se para pedir ao Presidente russo, Vladimir Putin, um inquérito imparcial, denunciando como “precipitado” o processo movido contra o solista, uma das estrelas da companhia.

Filin foi já sujeito a várias intervenções cirúrgicas e continua a fazer tratamentos na Alemanha.

O julgamento começa na quinta-feira, em Moscovo.

 

 

 
 
 

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