Maduro fez campanha em pleno dia de votação e conta no Twitter foi pirateada

Presidente interino deu conferência de imprensa à hora de almoço e reiterou promessas de campanha.

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Maduro, após ter votado Luis Acosta/AFP

Não houve notícia de grandes incidentes, mas a recta final do dia das eleições presidenciais na Venezuela aqueceu. Nicolás Maduro, candidato do “chavismo”, viu a sua conta na rede social Twitter ser pirateada e a oposição acusou o Presidente interino de ter feito campanha eleitoral em pleno dia de votação.

Maduro organizou uma conferência de imprensa à hora de almoço, transmitida por todos canais televisivos da Venezuela.

Segundo o El País, o candidato revelou que já tinham votado 11 milhões de venezuelanos, o que, segundo o jornal espanhol, contrasta com a participação mais escassa que foi detectada em várias mesas de voto.

O El País nota ainda que a comissão eleitoral ainda não tinha revelado qualquer estimativa sobre a afluência às urnas, que começaram a encerrar às 23h30 (hora de Lisboa), já que quem estivesse na fila era autorizado a votar.

Segundo o jornal espanhol, Maduro reiterou promessas eleitorais, como lutar contra a insegurança, e foram ainda passados vídeos de Hugo Chávez a apelar à unidade.

Num acto eleitoral em que ambos os candidatos desrespeitaram o dever de silêncio, a rede social Twitter foi uma das armas. Henrique Capriles, o candidato da oposição, foi muito activo, apelando à participação eleitoral e criticando Maduro.

E o homem que foi vice-presidente de Chávez também usou a rede social, até que a sua conta foi pirateada, surgindo mensagens com conteúdo obsceno. Também a conta do Partido Socialista Unido de Venezuela foi vítima dos hackers.

Os responsáveis pela campanha de Maduro viram o acto como um sinal de “desespero” da oposição, embora o ataque tenha sido reivindicado pelo grupo Anonymous, diz o jornal espanhol ABC.

Apesar destas acusações de parte a parte, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) considerou que o “processo eleitoral se desenrolou de forma totalmente normal e tranquila”, como explicou Sandra Oblitas, um dos elementos do CNE.

Os primeiros dados apontam para uma participação entre 60-65% (oposição) e 70% (fontes independentes). Seja como for, o valor deverá ser mais baixo do que os 80% das eleições de Outubro passado, em que Hugo Chávez derrotou Henrique Capriles.

Os resultados só serão conhecidos na madrugada desta segunda-feira.

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