Krugman sobre austeridade em Portugal: “Just Say Nao

Para o Prémio Nobel da Economia, não é uma surpresa ver o Governo propor “a cura das questões com mais austeridade”.

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Krugman tem-se manifestado contra as políticas de austeridade na Europa Miguel Manso

É com uma declaração curta, mas incisiva, que o economista Paul Krugman retoma as críticas à estratégia europeia de resposta à crise na zona euro, desta vez pelo anúncio de cortes na despesa pública para Portugal cumprir as metas orçamentais. “Just Say Nao”, ironiza o prémio Nobel da Economia.

Num comentário publicado no domingo, no seu blogue do jornal The New York Times, Krugman nota que a instabilidade se intensifica em Portugal, agora que o Governo de Pedro Passos Coelho anunciou a intenção de avançar com cortes na educação, saúde, segurança social e empresas públicas para responder ao “chumbo” do Tribunal Constitucional de quatro normas orçamentais que representam um “buraco” de 1300 milhões de euros.

Para Krugman, que se tem mostrado contra as políticas de austeridade na Europa, não é por isso uma surpresa ver o Governo a propor, claro, a cura das questões com mais austeridade”.

O primeiro-ministro garantiu no domingo que o Governo não irá aumentar os impostos como forma de compensar as normas orçamentais chumbadas pelo Tribunal Constitucional, optando antes por reduzir a despesa pública com segurança social, saúde, educação e empresas públicas.

A declaração aconteceu na sequência do chumbo do Tribunal Constitucional (TC), anunciado na sexta-feira, de quatro normas do Orçamento do Estado para 2013, referentes à suspensão do pagamento do subsídio de férias a funcionários públicos, aos contratos de docência de investigação e aos pensionistas e a criação de uma taxa sobre as prestações por doença e por desemprego.

“Para compensar o desequilíbrio agora aberto no Orçamento em 2013, teremos de pôr em prática, ainda este ano, medidas de contenção da despesa pública, nomeadamente nas áreas da segurança social, saúde, educação e empresas públicas”, afirmou o primeiro-ministro.

Na sua declaração, Passos reiterou o compromisso de tudo fazer para pôr fim à crise que Portugal enfrenta, reafirmou o compromisso do Governo PSD/CDS-PP com o cumprimento das obrigações internas e externas do Estado português e apelou para um compromisso alargado e duradouro para o equilíbrio das contas públicas.

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