Seguro diz que quem está em estado de choque são os portugueses

Líder do PS reafirma que está preparado para “oferecer ao país a saída da crise” .

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Rui Farinha

António José Seguro aguarda, neste momento, por indicações sobre os motivos do pedido da reunião de urgência do primeiro-ministro ao Presidente da República, depois do Conselho de Ministros deste sábado. Depois da apresentação do candidato do PS Eduardo Cavaco à Câmara de Santa Maria da Feira, o secretário-geral do PS voltou a criticar o executivo de Passos Coelho por ter enveredado por um “caminho errado”.

“Não quero criar, neste momento, mais situações do que aquelas que já são do conhecimento dos portugueses. O Governo é um factor de instabilidade no nosso país, criou uma crise política e sabendo de antemão que pelo menos duas das normas do seu Orçamento seriam consideradas inconstitucionais, porque violam sistematicamente o princípio da igualdade, avolumou essa crise política”, referiu.

Para Seguro, o país vive uma “autêntica tragédia social”, lembrando que o PS avisou que o caminho traçado por Paços Coelho era “errado e perigoso”. “O Governo não quis ouvir, passou vários sinais vermelhos e ontem, ao bater contra uma parede, colocou hoje nos jornais a ideia de que estava em estado de choque”. “Peço imensa desculpa, quem está em estado de choque são os portugueses com tanta inconsciência, com tanta incompetência e com tanta impreparação deste Governo”, acusou.  

O secretário-geral lembrou que os pedidos de fiscalização das normas ao Tribunal Constitucional (TC) foram feitos pelos partidos da oposição, pelo Presidente da República, pelo provedor de Justiça. “O TC, no seu alto critério, decidiu o que decidiu. Quem parece estar enganado não são estas instituições, quem parece que está enganado e isolado é o primeiro-ministro e o Governo”. Na sua opinião, o TC cumpriu a sua missão e hoje, afirmou, “o primeiro-ministro só tem de se queixar dele próprio, da promessas não cumpridas, da incompetência com que tem exercido as suas funções”. 

Seguro volta a defender que é preciso um novo Governo e que o PS está preparado “para oferecer ao país a saída desta crise”, insistindo na renegociação das condições do processo de ajustamento, no abandono das políticas de austeridade e na definição de uma estratégia assente no crescimento económico e no emprego. “O primeiro-ministro não pode alegar desconhecimento, não pode aligeirar responsabilidades. O primeiro-ministro tem de assumir as responsabilidades do seu fracasso e do seu falhanço”, sustentou.

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