Construção da nova fábrica que vai produzir para a IKEA arranca este mês

A nova unidade da Vista Alegre em Ílhavo começa a laborar na Primavera de 2014. A parceria com a marca sueca foi formalizada esta quarta-feira.

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A nova fábrica vai produzir 30 milhões de peças por ano Nelson Garrido

As obras de construção da fábrica do grupo Vista Alegre Atlantis (VAA) que vai produzir louça de mesa para a IKEA arrancam este mês. A nova unidade fabril, em Ílhavo, deve começar a laborar na Primavera de 2014.

O contrato de investimento, no valor de 19,5 milhões de euros, foi assinado esta quarta-feira, em Lisboa, entre os representantes do projecto Ria Stone (grupo VAA), do grupo sueco e da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), parceira do projecto industrial.

Neste momento, uma dezena de pessoas está afecta ao projecto e quando a fábrica arrancar a actividade – que o grupo Vista Alegre Atlantis prevê para o primeiro trimestre do próximo ano – os 144 postos de trabalho previstos para a fase inicial do projecto já estarão integrados na empresa, avançou o presidente do grupo Visabeira (dono da Vista Alegre Atlantis), Paulo Varela.

O fornecimento de loiça de mesa em grés à IKEA foi ganho por concurso pela Ria Stone, um projecto da VAA que foi considerado de interesse estratégico e é apoiado pelo QREN no quadro dos incentivos às empresas. Uma das razões que levaram a IKEA a escolher o grupo português como fornecedor foi o facto de a empresa apostar na monocozedura, uma tecnologia para a produção de grés que, explicou Paulo Varela, permite uma descida dos custos de produção, nomeadamente com poupanças de energia.

Da fábrica em Ílhavo, a erguer na zona industrial da Mota, vão sair 30 milhões de peças por ano para as prateleiras da IKEA, para abastecer sobretudo as lojas do grupo sueco em países do Sul da Europa – nomeadamente Itália, Espanha, mas também Portugal, adiantou Paulo Varela. Numa segunda fase do projecto, e caso o mercado venha a justificar, “é possível” que a nova unidade fabril produza para terceiros “dentro de condições contratualmente acordadas” com a IKEA, admite o líder da Visabeira.

Mais de dois terços daquilo que o grupo Vista Alegre Atlantis produz hoje vai para o mercado externo. No caso do projecto Ria Stone, 85 a 90% da produção será para fora de portas.

Para o ministro da Economia e Emprego, presente na cerimónia de assinatura, o projecto é um exemplo daquilo que o país pode fazer pela reindustrialização. Porque essa é “a estratégia que nos vai [fazer] voltar ao crescimento”, disse. O mesmo sublinhou o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas. O país precisa de crescer e o facto de uma multinacional encontrar nesta altura em Portugal um parceiro “é também um sinal positivo da confiança na capacidade” do país e das empresas, sublinhou. É um contributo para o aumento das exportações, “mas significa também proteger a retaguarda” para as empresas, acrescentou.
 

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