Libertado ex-monge tibetano preso por motivos políticos durante 17 anos
Era um dos mais conhecidos presos políticos da China. A saúde de Jigme Gyatso está muito frágil e tem problemas relacionados com maus tratos e subnutrição.
As autoridades chinesas libertaram o preso político tibetano Jigme Gyatso, que estava detido há 17 anos. A saúde do antigo monge é frágil, anunciou nesta terça-feira o porta-voz do Governo tibetano no exílio (Índia), Tashi Phuntsok.
Gyatso, de 52 anos, fora condenado a 18 anos de prisão devido à sua acção pela independência do Tibete, que proclamou a independência da China imperial em 1913 mas foi anexado em 1951, na sequência de uma invasão por parte das tropas chinesas, que venceram o conflito militar que se seguiu.
O antigo monge foi libertado um ano antes de terminara apena precisamente devido ao seu débil estado de saúde, que o Governo tibetano no exílio atribui às más condições em que viveu na prisão de Chusul, petto da capital tibetana, Lhasa.
A Radio Free Asia especifica que o antigo monge chegou à sua terra na segunda-feira e que tinha uma "aparência muito frágil". Os amigos e familiares relataram a esta rádio que Gyatso coxeia, tem problemas de coração, vê mal e sofre de outros problemas provocados por maus tratos e subnutrição.
A BBC tentou confirmar a libertação mas, refere, a prisão de Chusul não tem número de telefone e em Lhasa não houve quem quisesse falar do assunto.
Jigme Gyatso era um dos presos políticos mais conhecidos na China, com as organizações de direitos humanos, como a Amnistia Internacional, a pedirem constantemente a sua libertação. Em 2005 pôde falar com um enviado especial das Nações Unidas que foi à China investigar crimes de tortura em prisões, Manfred Nowak, que também apelou à sua libertação. O antigo monge estivera antes na conhecida prisão de Drapchi, no Tibete, de onde sairam relatos de espancamentos e torturas dos detidos.
O antigo monge foi preso em 1996 quando as autoridades chinesas reprimiram os protestos pela independência. Foi condenado a 15 anos de prisão por "incitamento ao separatismo" e a três anos por um crime que, entretanto, deixou de existir: ser contra-revolucionário.