OCDE: Economia global está a melhorar mas a Europa continua com dificuldades

Apesar da má conjuntura europeia, a OCDE diz que as reformas estruturais na Europa do sul constituem uma "base sólida" para o crescimento.

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Eric Piermont/ AFP Photo

De acordo com a avaliação económica intercalar da OCDE, a economia global está a melhorar mas a Europa continua em dificuldades. A recuperação europeia será mais lenta e haverá uma divergência entre o crescimento da Alemanha e dos outros países.

“A economia global enfraqueceu no fim de 2012 mas agora as perspectivas melhoraram para as economias dos países OCDE,” disse Pier Carlo Padoan, economista chefe da OCDE. “Continua a ser necessária a intervenção governamental para assegurar uma recuperação sustentável, especialmente na zona euro onde o crescimento é desequilibrado e continua a ser mais lento que nas outras regiões.”

No primeiro trimestre de 2013, os Estados Unidos contam com um crescimento de 3,5%. A Alemanha, por sua vez, terá um crescimento de 2,3% que aumentará para 2,6% no segundo trimestre. O crescimento da Alemanha serve de contraste com o da Europa do Sul, tendo a Itália um crescimento negativo de 1,6% no primeiro trimestre e de -1,0% no segundo. A OCDE nota também que os países emergentes terão um crescimento, em média, superior ao das economias avançadas – a China, por exemplo, contará com um crescimento acima dos 8%.

O relatório diz que a confiança dos consumidores continua baixa na Europa. O Índice de Gestores de Compras (IGC) – um índice compilado com as respostas de várias empresas em relação às condições do mercado – dos países europeus demonstra que há uma grande disparidade entre os países periféricos e o centro. Enquanto o IGC da Alemanha assinala crescimento positivo, os IGs de França e da periferia estão a níveis muito baixos, indicando assim um declínio na indústria.

A aumentar o declínio da procura está a situação de desemprego. O desemprego a longo prazo tem aumentado substancialmente na Europa. Os desempregados europeus têm também sofrido com a diminuição das regalias sociais, piorando assim a desigualdade e a pobreza.

Contudo, a OCDE diz que as reformas estruturais na Grécia, Irlanda, Itália, Espanha e Portugal constituem uma “base sólida” para a recuperação da competitividade e do emprego quando a procura voltar a aumentar. Para atenuar os custos a curto prazo destas medidas, a OCDE aconselha um aumento de crédito para os países periféricos e reformas estruturais que fomentem a procura em países como a Alemanha.

O relatório aponta também para a necessidade de implementar um sistema comum de regulamentação dos bancos europeus, citando o caso recente de Chipre que revelou a importância de ter instituições que vigiem os bancos para assegurar a estabilidade dos mesmos. 

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