Troca de seringas disponível nalguns centros de saúde até ao final do mês

Testes rápidos de diagnóstico de infecção por VIH passam a ser feitos nos centros de saúde a partir do segundo semestre deste ano.

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Testes rápidos de diagnóstico da infecção por VIH vão passar a ser feitos nos centros de saúde Miguel Manso

A troca de seringas antes feita nas farmácias vai estar disponível em centros de saúde de todo o país até ao final deste mês, segundo o coordenador do programa de combate à infecção VIH/Sida. António Diniz adiantou que esta troca já está a ser assegurada na Região Centro e no Algarve.

Também os testes rápidos de diagnóstico da infecção por VIH vão passar a ser feitos nos centros de saúde já a partir do segundo semestre deste ano, acrescentou à Lusa o responsável. A taxa de diagnósticos tardios de VIH/Sida em Portugal é de 65%, o dobro da registada na Europa, mas, no último ano, fizeram-se menos quatro mil testes de diagnóstico precoce.

O programa de troca de seringas arrancou em cerca de oito dezenas de centros de saúde da Região Centro e do Algarve; vai avançar em mais unidades de saúde do Norte e Alentejo durante esta semana e, finalmente, em Lisboa e Vale do Tejo até ao final do mês, especificou.

Com o fim, em Dezembro passado, do programa de troca de seringas que era assegurado pelas farmácias, foi necessário encontrar uma “solução alternativa sustentável no mais curto espaço de tempo”, o que acabou por se concretizar através de parcerias com os agrupamentos de centros de saúde (ACES), explicitou o médico. A parcela do programa a cargo das farmácias correspondia apenas a um terço do total. Os restantes dois terços vão continuar a ser garantidos por associações sem fins lucrativos que apoiam os doentes com VIH.

O primeiro objectivo são as zonas afectadas pelas farmácias que deixaram de distribuir seringas, que são aquelas que têm de ficar cobertas mais rapidamente. Uma das razões que levaram a que o programa arrancasse primeiro no Centro e no Algarve prende-se com o facto de ter havido vários pedidos de consumidores de droga aos centros de saúde, que queriam saber quando poderiam lá ir trocar as seringas.

Quanto ao programa de testes de diagnóstico de VIH/Sida, até ao momento já manifestaram disponibilidade para aderir as administrações regionais de saúde (ARS) do Norte e do Centro. Falta ainda estabelecer parcerias com as ARS do Alentejo, do Algarve e de Lisboa e Vale do Tejo, acrescentou António Diniz. Mas esclareceu que este programa só arrancará a partir do segundo semestre, quando estiver estabilizado o programa de troca de seringas e o programa informático para conhecimento da infecção VIH. Este programa informático tem estado para ser instalado nos hospitais há vários anos, mas só agora "está finalmente em aplicação e irá permitir ter informação do ponto de vista epidemiológico e clínico para conhecer evolução do VIH em Portugal", explicou

Dos 17 hospitais previstos, 14 já têm o sistema em funcionamento. António Diniz revelou também ter quase pronta a proposta de modelo de rede de referenciação hospitalar, que será entregue à tutela durante o próximo mês.

Relativamente à falta de medicamentos antirretrovirais nos hospitais, por dificuldades financeiras, com que se depararam vários doentes no final do ano passado, o médico garante que está ultrapassada. A situação foi averiguada junto dos hospitais e foram apresentadas propostas ao Ministério da Saúde, que culminaram num despacho (de Fevereiro) que estabelece que a distribuição de fármacos a menos de 30 dias “deve ser absolutamente excepcional”.

Questionado a propósito de uma quebra na distribuição de preservativos verificada nos dois últimos meses de 2012 e que se ficou a dever a uma necessidade de racionamento, António Diniz assegurou que o problema está ultrapassado. Estão agora disponíveis seis milhões de preservativos, não sendo expectável que venham a faltar até ao final deste ano.

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