Um festival de rua? Uma acção promocional? Não, um protesto dos trabalhadores da Casa da Música

Músicos espalharam arte pelo Porto contra cortes. Paulo Rangel e Rui Moreira foram das figuras mais notadas na concentração junto à Casa da Música.

Fotogaleria
Casa da Música Adriano Miranda
Fotogaleria
Estação de metro da Trindade Adriano Miranda
Fotogaleria
Estação de metro da Trindade Adriano Miranda
Fotogaleria
Estação de metro da Trindade Adriano Miranda
Fotogaleria
Estação de metro da Trindade Adriano Miranda
Fotogaleria
Café Guarany, na Avenida dos Aliados Adriano Miranda
Fotogaleria
Café Guarany, na Avenida dos Aliados Adriano Miranda
Fotogaleria
Café Guarany, na Avenida dos Aliados Adriano Miranda
Fotogaleria
Café Guarany, na Avenida dos Aliados Adriano Miranda
Fotogaleria
Casa da Música Adriano Miranda
Fotogaleria
Casa da Música Adriano Miranda
Fotogaleria
Casa da Música Adriano Miranda
Fotogaleria
Casa da Música Adriano Miranda
Fotogaleria
Casa da Música Adriano Miranda
Fotogaleria
Casa da Música Adriano Miranda
Fotogaleria
Casa da Música Adriano Miranda
Fotogaleria
Casa da Música Adriano Miranda
Fotogaleria
Casa da Música Adriano Miranda
Fotogaleria
Casa da Música Adriano Miranda
Fotogaleria
Casa da Música Adriano Miranda
Fotogaleria
Casa da Música Adriano Miranda
Fotogaleria
Casa da Música Adriano Miranda

O metro chega à estação da Trindade pouco passava das 15h. Uma quinzena de pessoas saem da composição, dirigem-se a uma parede e começam a cantar obras de Fernando Lopes-Graça. Um festival de rua? Uma acção promocional? Não, um protesto artístico, organizado por trabalhadores da Casa da Música (CM), que, para além da estação da Trindade, aconteceu em três outros pontos da cidade.

Para além das vozes do Coro Casa da Música na estação da Trindade, o protesto teve música antiga no Café Guarany e contemporânea (de músicos do Remix Ensemble) junto ao Hard Club – a Orquestra de Jazz de Matosinhos acabou por não actuar junto à praia Internacional devido ao vento forte que se fazia sentir.

A luta subiu de volume no exterior da Casa da Música, para onde os músicos convergiram e onde actuaram também outros projectos lançados pela instituição, como o Sons de Rua, que envolve pessoas sem-abrigo, e o Digitópia, que explora os cruzamentos entre música e tecnologias digitais.

O eurodeputado do PSD Paulo Rangel e o presidente da Associação Comercial do Porto e possível candidato à Câmara do Porto Rui Moreira foram duas das figuras mais notadas na concentração na Casa da Música, onde estiveram também Manuel Pizarro (PS), Pedro Carvalho (CDU) e José Soeiro (Bloco de Esquerda).

A acção de luta deste domingo é a última antes da reunião do Conselho de Fundadores marcada para a próxima sexta-feira, na qual se espera que privados e Estados definam a estratégia para a instituição, nomeadamente a dimensão dos cortes a aplicar no futuro.

“A Casa da Música está na hora H, por isso é que estou aqui”, afirmou Paulo Rangel ao PÚBLICO. “[Na reunião de sexta-feira] Vai haver decisões muito importantes. É fundamental que as pessoas ligadas à região e à cidade possam dar o seu contributo cívico – e é por isso que estou aqui.”

À espera da reunião dos fundadores
A acção, baptizada É Uma Casa Portuguesa, Com Certeza!, teve como objectivo contestar a decisão do Governo de aplicar um corte de 30% ao orçamento da CM (como às outras fundações, com excepções como  o CCB), confirmada em Outubro passado pelo secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier – em vez dos 20% acertados em Abril de 2012 entre o anterior secretário de Estado, Francisco José Viegas, e a fundação.

O protesto artístico foi convocado pela comissão de trabalhadores para “divulgar e defender a missão da Fundação Casa da Música através de um conjunto de eventos de natureza artística, com acesso público e gratuito”.

Nuno Azevedo, administrador demissionário da Casa da Música (o Conselho de Administração demitiu-se em bloco depois do anúncio do corte de 30%), declarou este sábado ao Expresso que a Casa da Música caminha para um “abismo do qual será depois muito difícil sair”. “Tal como a conhecemos, a Casa da Música terá muitíssimas dificuldades em manter-se, caso o Estado não altere a sua posição”, afirmou, em declarações ao semanário . “Se quisermos continuar com este projecto precisamos de dez milhões”, disse Azevedo. A actual participação do Estado é de sete milhões (menos de metade do que era em 2006, 15 milhões). Na reunião de sexta-feira, também poderá ser nomeado um novo conselho de administração.
 
 
 

Sugerir correcção
Comentar