Godinho Lopes despede-se com uma vitória mínima com sabor a goleada
Sporting prometeu resultado volumoso, mas teve de sofrer até ao fim para se aproximar dos lugares de acesso às competições europeias. Dois meses depois, os “leões” voltaram aos triunfos em Alvalade.
Apesar de tudo, com dois golos marcados em 20’ e uma exibição consistente, chegou a antecipar-se uma goleada. Mas, por culpa própria, os lisboetas permitiram que os sadinos acreditassem no empate até ao apito final. E quando tudo terminou, respirou-se fundo em Alvalade. O campeonato regressa no final deste mês, com um grande teste no Minho, frente ao Sp. Braga, já com um novo elenco na presidência.
Em relação à equipa que empatou (1-1) com a Académica, na última jornada da Liga, o treinador sportinguista promoveu apenas uma alteração, substituindo Adrien por Labyad, no apoio ao ponta-de-lança Van Wolfswinkel. De resto, o técnico apostou na estabilidade, apresentando os mesmos jogadores que começaram o jogo em Coimbra, apesar da exibição pálida da equipa na primeira metade desse encontro.
No Vitória, como era antecipável, José Mota estreou Makukula na equipa titular. Uma espécie de prémio para o internacional português, de 32 anos, que marcou o seu primeiro golo pelos sadinos há uma semana, na derrota com o Vitória de Guimarães (3-2). O avançado, que já alinhou em Portugal pelo V. Guimarães, Marítimo e Benfica, nunca havia defrontado os “leões” para o campeonato.
Um encontro tardio que chegou a tempo de o luso-congolês acrescentar a equipa lisboeta à sua lista de vítimas em Portugal. Para tal, valeu um golo aos 33’ que refreou alguma euforia que se vivia em Alvalade, na sequência do grande domínio dos homens da casa na primeira fase do encontro. O resultado foram dois golos, em 20’, que deram expressão à sua exibição.
O primeiro surgiu logo aos 16’, após um cruzamento de Cédric, na direita, ter sido desviado para a própria baliza por Amoreirinha, que procurou antecipar-se a Wolfswinkel. Pressionante, o Sporting manteve o Vitória preso à sua área, acabando por chegar ao segundo. Um golo que teve também como grande protagonista o árbitro Marco Ferreira.
Dois erros do juiz madeirense acabaram por resultar numa justiça providencial. Aos 18’ não assinalou o derrube de Eric Dier na área, por Nélson Pedroso, mas, dois minutos depois, assinalou, mal, o castigo máximo, num lance em que Ney Santos e, novamente, Dier se empurraram mutuamente. Chamado a converter o penálti, Labyad não falhou.
Alvalade ainda chegou a antecipar uma vitória tranquila, algo de atípico esta temporada, mas foi falso alarme. O espectáculo ainda tinha muito para dar até final. Lentos e pouco ambiciosos, os sadinos acabaram por voltar à partida, muito por responsabilidade dos homens da casa, que baixaram as linhas, dando espaço aos visitantes. Depois de duas ameaças, Makukula ressuscitou os setubalenses.
Traumas recentes terão voltado à cabeça dos “leões”, que emendaram rapidamente o comportamento. Em três lances consecutivos, voltaram a encostar o Vitória às redes, com o poste, por duas vezes, a impedir o terceiro golo antes do intervalo.
O 3-1 continuou a rondar a baliza vitoriana no início da segunda metade, com Capel (52’) e Wolfswinkel (54’) a falharem por centímetros as redes adversárias e com o poste a dar novamente o seu contributo para manter o resultado (57’). Ao desperdício do Sporting respondeu o Vitória na mesma moeda. Uma bola também devolvida pelo poste, após um artístico toque de calcanhar de Jorginho (59’) e mais duas perdidas de Cristiano (73’) e Jorge Luiz (81’) provocaram alguns calafrios nas bancadas. Mas foi só fumaça.
Os “leões” foram perdendo fulgor, cometeram alguns erros, sofreram q.b., mas desta vez a história acabou bem para a equipa de Jesualdo Ferreira.