João Jardim defende demissão do Governo de Passos Coelho

Presidente do governo regional da Madeira diz que a avaliação do acordo com a troika divulgada por Vítor Gaspar foi "uma confissão de um falhanço".

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Jardim diz que chegou a hora de Passos ir embora Nuno Ferreira Santos

O presidente do governo regional da Madeira defendeu nesta sexta-feira a demissão do Governo da República, liderado por Pedro Passos Coelho.

"Não basta a demissão do ministro das Finanças, tem de ser um novo Governo", declarou Alberto Joao Jardim, num comentário aos resultados da sétima avaliação da troika.  As conclusões de Vitor Gaspar são "uma confissão de um falhanço", frisou o governante madeirense, à margem da inauguração de uma exposição do aguarelista Max Romer  na Casa das Mudas - Centro das Artes,  na Calheta.

Jardim diz que o PSD, neste quadro parlamentar, tem de encontrar rapidamente um outro Governo que dê outro tipo de respostas aos portugueses. "O PSD tem de pensar nisso", declarou.

A demissão de Jardim tem sido também pedida nos últimos dias por madeirenses em manifestações e acções de protesto. Durante a discussão das moções de confiança e de censura, votadas nesta semana na Assembleia Legislativa da Madeira, vários partidos da oposição regional defenderam a dissolução do Parlamento e a convocação de novas eleições regionais.

“Se vossa excelência fosse um homem de responsabilidade e um homem com sentido de Estado, apresentava cá, hoje, a sua demissão”, disse no debate Victor Freitas, líder do PS, apontando Jardim como o principal responsável pela maior crise que a região atravessa. “Saia pelo seu pé, antes que sejam estes deputados [do PSD] que o tirem do Governo a pontapé”, acrescentou o deputado socialista Carlos Pereira.

Também no debate da primeira moção de confiança apresentada por Jardim em 37 anos de Governo, José Manuel Rodrigues, líder do CDS, admitiu terça-feira que o governante iria sobreviver a estas moções, “até pode sobreviver a uma decisão judicial, mas não resistirá ao julgamento do povo madeirense”.

Ao propor a votação nominal da moção de confiança, proposta rejeitada pela maioria, aquele deputado dirigiu-se a Jardim nestes termos: “O senhor sabe que se a moção fosse a voto secreto, esta tarde já não era presidente do Governo. E esse é o seu drama. Até os deputados do PSD já não confiam em si”.

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