França e Reino Unido querem armar rebeldes sírios, com ou sem acordo da UE

Ministro dos Negócios Estrangeiros francês entende que opositores de Assad têm de ter "possibilidade de se defender”.

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Guerra fez mais de 70 mil mortos em dois anos JM LOPEZ/AFP

A França e o Reino Unido vão fornecer armas aos rebeldes sírios, caso a União Europeia (UE) não aprove a sua proposta de levantamento de embargo, numa reunião que poderá realizar-se até ao fim de Março

O anúncio foi feito nesta quinta-feira pelo ministro francês dos Negócios Estrangeiros, Laurent Fabius, em declarações à rádio France Info.

Os dois países pedirão aos parceiros europeus para “levantarem o embargo para os resistentes terem a possibilidade de se defender”, disse. Mas se não houver a necessária unanimidade para uma decisão da UE, os governos de Paris e Londres  fornecerão armas.

A França “é uma nação soberana” e está preparada para actuar em coordenação com o Reino Unido, que tem posição idêntica, afirmou.   

Na terça-feira, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, tinha já dito que o seu país poderia quebrar a solidariedade com o embargo europeu, fornecendo armas à oposição síria para lutar contra o regime de Bashar al-Assad.

A próxima reunião da UE para análise ao embargo de armas com destino à Síria está prevista para o fim de Maio. Na entrevista, Fabius disse que França e Reino Unido vão pedir a antecipação. “É preciso ser rápido”, disse, não excluindo que possa ocorrer até ao fim de Março.

“Não podemos aceitar que haja este desequilíbrio, com, por um lado, o Irão e a Rússia que dão armas a Bashar; e, por outro, os resistentes que não se podem defender”, argumentou. “Levantar o embargo é um dos únicos meios que restam para fazer mudar a situação politicamente.”

A guerra na Síria já fez mais de 70 mil mortos – estimativa das Nações Unidas – desde o início, a 15 de Março de 2011, cumprem-se dois anos na sexta-feira.

 
 

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