Estados Unidos aprovam novas sanções contra a Coreia do Norte

Tesouro norte-americano proibiu a actividade e congelou os bens do Banco de Comércio Externo.

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Uma criança passeia na Península coreana, perto da zona desmilitarizada entre as duas Coreias Kim Hong-Ji/Reuters

Os Estados Unidos decidiram avançar com novas sanções contra o Banco de Comércio Externo da Coreia do Norte, em retaliação pelo seu apoio ao desenvolvimento do programa nuclear e balístico do Presidente Kim Jong-un.

“O Departamento do Tesouro anuncia hoje a imposição de sanções contra o Banco de Comércio Exterior da Coreia do Norte, a instituição responsável pela troca de divisas estrangeiras, por causa do seu papel no apoio ao programa de armas de destruição maciça de Pyongyang”, informou o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Tom Donilon.

“Se a Coreia do Norte quiser recuperar a ajuda de que necessita desesperadamente e granjear o respeito que diz que merece, vai ter de mudar a sua trajectória. Enquanto não puser um travão nos seus programas bélicos, os Estados Unidos continuarão a trabalhar com os seus parceiros e aliados para reforçar o regime de sanções”, sublinhou o mesmo responsável, durante um discurso na Sociedade Asiática de Nova Iorque.

Pouco depois, o Tesouro confirmava, em comunicado, já ter colocado o banco norte-coreano na lista negra de entidades com actividade interdita nos Estados Unidos, e o respectivo congelamento de todos os seus bens. “Exortamos todos os estabelecimentos financeiros a manterem-se particularmente vigilantes e conscientes dos riscos que correm ao prosseguir negócios com o Banco de Comércio Exterior da Coreia do Norte”, dizia o comunicado.

O Tesouro dos Estados Unidos também aplicou sanções sobre os bens de Paek Se-Bong, que foi identificado como o homem responsável pela direcção do programa de fabrico de mísseis balísticos de Pyongyang.

Ontem, a Coreia do Sul confirmou que a linha de contactos bilaterais fora cortada, tal como o Presidente Kim Jong-un tinha prometido na passada sexta-feira, ao anunciar o rompimento do pacto de não-agressão entre os dois inimigos que vigora desde o armistício de 1953. Quando o “telefone vermelho” tocou para a habitual chamada matinal, ninguém atendeu: "Ligámos às nove da manhã e não tivemos resposta", disse um responsável do Governo da Coreia do Sul, citado sob anonimato pela agência Reuters.

Para além da ameaça – aparentemente já concretizada – de cortar o "telefone vermelho" que o ligava à Coreia do Sul, o líder norte-coreano, Kim Jong-Un, ameaçou também cortar a linha que o mantém em contacto com as Nações Unidas, na localidade fronteiriça de Pammunjon.

O Conselho de Segurança da ONU aprovou uma nova ronda de sanções contra Pyongyang, reforçando as restrições financeiras e a vigilância fronteiriça e portuária para controlar as entradas e saídas de bens e mercadorias no país. O objectivo é impedir que o regime consiga financiamento para os seus projectos militares e balísticos.

A resolução 2094, votada por unanimidade, determina também a vigilância de diplomatas norte-coreanos e acrescenta nomes de particulares e empresas a uma lista de pessoas e entidades que têm os bens congelados e estão impedidas de viajar.

"A comunidade internacional não vai tolerar a continuação do arsenal nuclear" da Coreia do Norte, disse o secretário-geral da ONU, o sul-coreano Ban Ki-moon. As novas sanções "vão atingir duramente" o regime e "acentuar o [seu] isolamento", afirmou a embaixadora norte-americana nas Nações Unidas, Susan Rice.

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