“A Brisa da Primavera de Nagasaki”: uma exposição para aproximar Portugal e o Oriente

Artistas sul-coreanos, japoneses e portugueses vão expor no projecto de intercâmbio cultural “A Brisa da Primavera de Nagasaki”, entre 7 e 23 de Março, no Porto

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Exibição decorre até 23 de Março DR

A partir desta quinta-feira, 7 de Março, e até ao dia 23, a Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP) vai acolher a segunda edição portuguesa da mostra intercultural “A Brisa da Primavera de Nagasaki 2013”. A exposição colectiva reúne obras de artistas plásticos da Kyungpook National University e Changwon National University, da Coreia do Sul, da Nagasaki University, do Japão, e da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (UP).

A ideia é promover o intercâmbio cultural, na criação artística, e o diálogo entre o Oriente e o Ocidente: "Temos tentado manter acesa esta colaboração entre os artistas e as instituições quer da Universidade de Nagasaki quer das universidades coreanas", sublinha o director da FBAUP, Francisco Laranjo, fundador da iniciativa em Portugal.

Para o docente da UP, “o que é interessante são as abordagens que vão ser feitas, quer na instalação da exposição, quer nos trabalhos” que vão ser desenvolvidos, revelando serem "oportunidades raras de convívio em toda a dimensão da construção do discurso”.

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O evento arrancou esta quinta-feira, 7 de Março, com uma conferência apresentada pelo sul-coreano Park Nam-Hee, às 14h30, seguida da inauguração da exposição no Museu da FBAUP, às 16h00, e de dois "workshops" nos dias 7 e 8 de Março, às 17h00.

A inscrição para os "workshops" pode ser feita na Biblioteca da Faculdade ou no Serviço de Formação Contínua e os preços variam entre os 15 euros para alunos da Universidade do Porto e os 20 euros para o público em geral.

De Nagasaki ao Porto “A Brisa da Primavera Nagasaki” é uma exposição que acontece todos os anos, no início da Primavera, em Março, na Universidade de Nagasaki, organizada pelo grupo “Ring Art”, sob a curadoria de Seiryo Ikawa.

“Internacional”, “local” e “paz”

Em 2012, a iniciativa foi trazida para o Porto por Francisco Laranjo, o qual tinha participado, na edição do ano anterior, em Nagasaki. Os temas do evento, que já se encontra na 15.ª edição, são dedicados ao “internacional”, “local” e “paz”, de alguma forma, relacionados com a tragédia de 1945: “A Brisa da Primavera pode ser uma metáfora da paz no mundo, que se espera dessa brisa leve em contraponto com a cicatriz profunda que a bomba atómica gerou na cidade de Nagasaki”, explica o director da FBAUP ao P3.

O intercâmbio entre os dois países decorre também da estreita relação oriunda do facto de a cidade de Nagasaki ter sido fundada por navegadores portugueses, na segunda metade do século XVI. “Os japoneses têm uma grande admiração e estima por nós [portugueses] quando nós temos muito pouco por nós mesmos”, considera o docente.

Desta forma, o contacto com a cultura nipónica pode, na perspectiva de Francisco Laranjo, oferecer a “possibilidade de nos escutarmos nos olhos deles e de eles nos verem na nossa voz”, remata. Além disso, este ano, Portugal comemora 470 anos do Tratado de Amizade com o Japão, o 150.º aniversário das relações culturais e comerciais entre os dois países e 35 anos da geminação da cidade do Porto com Nagasaki.

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