António Costa aplaude plano de reestruturação do porto de Lisboa

Presidente da Câmara ficou satisfeito com a aposta do Governo na náutica de recreio e com o abandono da ideia de desactivar o terminal de mercadorias de Alcântara.

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António Costa Foto: Nuno Ferreira Santos

O presidente da Câmara de Lisboa mostrou-se nesta sexta-feira satisfeito com a decisão do Governo de prosseguir com o terminal de cruzeiros de Santa Apolónia, desactivar a actividade portuária daquela zona até ao Trancão e manter as mercadorias em Alcântara.

António Costa falava aos jornalistas depois de o Governo ter anunciado um plano de reestruturação do porto de Lisboa que prevê a concessão do terminal de cruzeiros na capital, um novo terminal de contentores na Trafaria (Almada) e uma nova marina.

O autarca socialista mostrou-se “satisfeito por o Governo não ter desistido da construção do novo terminal de cruzeiros de Lisboa”, um projecto do arquitecto Carrilho da Graça para Santa Apolónia que, apesar de ter conclusão prevista inicialmente para este ano, está parado, tendo sido requalificada apenas a zona do cais.

O presidente da câmara salientou também a decisão de o Governo “aproveitar o fim das concessões para desactivar toda a actividade portuária entre Santa Apolónia e a foz do [rio] Trancão”, que era uma “velha reivindicação” da Câmara de Lisboa, expressa no Plano Director Municipal (PDM) da cidade.

“O que é óbvio é que, deixando de ser para actividade portuária, [os terrenos] sejam revertidos para o domínio público municipal e que sejam administrados como toda a área que já foi desafectada de uso portuário”, disse António Costa, mostrando agrado perante o mesmo entendimento demonstrado pelo Governo.

O autarca destacou a aposta no “desenvolvimento da náutica de recreio”, quer na doca do Bom Sucesso, quer na “possibilidade da criação da marina de Pedrouços”, uma medida que o município tinha aprovado no ano passado.

Por outro lado, o presidente de câmara considerou prudente a decisão do Governo de “não acompanhar a construção de um novo terminal de mercadorias [na margem sul do Tejo] com a desactivação do terminal de mercadorias de Alcântara”, uma vez que, destacou, este porto é importante para a base económica da capital.

“É uma fonte de postos de trabalho, é uma fonte de riqueza e a perspectiva futura de desenvolvimento desta actividade é importante para a cidade”, afirmou.

António Costa disse ter sido informado pelo Governo de uma primeira versão de projecto de requalificação diferente da que foi agora apresentada e considerou, sem querer entrar em pormenores, que a versão final “é melhor e corresponde ao que são os interesses de Lisboa”.

O presidente de câmara tem agora expectativa “de ver tudo isto concretizado”, até porque, admitiu, “um novo terminal [de mercadorias] na margem sul não deixará de ter impactos na margem norte”, nomeadamente na movimentação da carga.

“A questão do escoamento das mercadorias da margem sul para a norte é uma questão absolutamente crucial. Ouvimos o secretário de Estado [Sérgio Monteiro] dizer que será privilegiada a ferrovia, mas tudo isso suscita muitas interrogações que terão de ser esclarecidas”, disse.
 

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