PSD e JSD repudiam manifestação contra Miguel Relvas

Partido do Governo defende que protesto no ISCTE constituiu uma “limitação à liberdade de expressão”.

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Jorge Moreira da Silva Pedro Cunha/Arquivo

O PSD defende que a manifestação de terça-feira, no ISCTE, contra o ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, é “merecedora de total repúdio”.

Numa nota enviada à imprensa, o primeiro vice-presidente do PSD, Jorge Moreira da Silva, explica que o protesto constituiu “uma limitação à liberdade de expressão, contrariando de um modo inaceitável os valores da liberdade e da democracia”.

O PSD sublinha que “respeita e valoriza a livre expressão dos cidadãos na defesa de um modo de vida justo e equilibrado”.

“A crítica às políticas, em especial quando alicerçada em propostas e em alternativas, é não apenas um direito dos cidadãos como pode mesmo contribuir para a melhoria do desempenho dos responsáveis políticos e das organizações”, lê-se no documento.

Miguel Relvas foi na terça-feira impedido de fazer o discurso de encerramento da conferência da TVI sobre o futuro do jornalismo. Antes do início do discurso do ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, um grupo de manifestantes levantou cartazes, cantou “Grândola, Vila Morena” e pediu a demissão do ministro, obrigando-o a abandonar o local. No próprio dia, também o Governo lamentou a situação.

Na manhã desta quarta-feira, Paulo Macedo, ministro da Saúde, foi interrompido por manifestantes no Porto. Sobre essa situação o PSD não fez qualquer referência.

Perseguição, diz JSD
Também a Juventude Social Democrata (JSD) condenou nesta quarta-feira as “atitudes de um grupo de pessoas que têm, nos últimos dias, recorrido à perseguição e impedido o direito constitucional de um ministro expressar a sua opinião”.

Em linha com o comunicado do PSD, também a juventude do partido vê o protesto como um “ataque à liberdade de expressão” e questiona: “Pode o ministro Miguel Relvas e qualquer outro ministro ser criticado? Pode e deve, faz parte da vida política democrática, é direito de qualquer cidadão expressar a sua opinião favorável ou contrária.”

No comunicado, a JSD vai mais longe e fala em censura: “Pode o ministro Miguel Relvas e qualquer outro ministro ou qualquer cidadão ser impedido de falar/discursar? Num regime democrático não, porque senão é censura. Porque simplesmente é abusar de um direito para suprir outro direito equivalente.”

Mais especificamente sobre o protesto contra Miguel Relvas, a JSD defende que “a universidade (ISCTE-IUL), o espaço de excelência da Liberdade de pensamento, foi invadido e usado por quem não compreende este propósito!”.

Neste sentido, a JSD argumenta que quem tiver discordâncias deve “debater, trabalhar e apresentar alternativas responsáveis” ao invés de “berrar até os outros não falarem para não terem sequer oportunidade de ter razão”.

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