Netanyahu envolvido em polémica por gastos com gelados

Parece uma questão menor, mas o contrato de 2 mil euros por ano com uma gelataria de Jerusalém (daria para 14 quilos de gelado por mês) causou polémica. Após a notícia, Netanyahu cancelou o contrato.

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O gasto excessivo de dinheiros públicos com gelados de Netanyahu não caiu bem em Israel Uriel Sinai/AFP

O primeiro-ministro israelita, embrulhado em complicadas negociações para formar um Governo de coligação, viu-se agora envolvido noutra confusão: os 2 mil euros por ano gastos em gelados.

Os gelados são comprados com dinheiros públicos, algo que não caiu bem num país onde foram aprovados cortes orçamentais. Aliás, foi por causa do último corte proposto pelo primeiro-ministro que o Governo caiu e houve eleições antecipadas, uma votação em que Netanyahu obteve uma percentagem mais baixa e que o está a obrigar a negociações especialmente difíceis, porque precisa de juntar na coligação pelo menos dois partidos cujas ideias são opostas em questões essenciais.

O próprio Netanyahu já disse que precisaria de três governos diferentes, um para o processo de paz com os palestinianos, outro para reformar a lei militar, outro ainda para tratar das questões económicas. O problema é que os potenciais aliados excluem-se mutuamente e a matemática pede que para conseguir uma maioria Netanyahu tenha de unir, em qualquer caso, partidos que discordam entre si.

É neste contexto que surge a notícia dos gelados. Como dizia a agência AFP, será este o primeiro corte orçamental prometido em Israel? Segundo o diário de grande circulação Yedioth Aharonoth, que deu a notícia, a residência oficial do primeiro-ministro tem um contrato com uma gelataria de Jerusalém para o fornecimento de gelados. Baunilha e pistácio principalmente. Dois mil euros por ano. Aqui, o jornal pôs-se a fazer contas. Dois mil euros por ano dá para comprar que quantidade de gelado? Cerca de 14 quilos por mês. Na residência vive Netanyahu, a sua mulher, Sara, e os dois filhos do casal.

Netanyahu não demorou a reagir e a anunciar o fim do contrato com a gelataria e um corte nessa despesa, que considerou “exorbitante e inaceitável”. Agora a imprensa questionava-se sobre se irá o primeiro-ministro cortar noutros gastos da sua residência, que em 2011 tinha um orçamento de mais de 500 mil euros, vindos do orçamento geral de Estado. Os cortes do orçamento e as questões sociais foram importantes na campanha eleitoral para as eleições do mês passado.
 
 

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