Governo corta 218 milhões de euros nas Forças Armadas a partir de 2014

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Associação de Oficiais das Forças Armadas defende que democracia tem mecanismos para ultrapassar a crise. Nelson Garrido

O ministro da Defesa Nacional afirmou que a reestruturação das Forças Armadas pretende reduzir os custos em 218 milhões de euros a partir de 2014, podendo ainda ser cortados mais 40 milhões este ano “se necessário”.

 “A partir de 2014, o objetivo é esse [cortar 218 milhões de euros], sendo que, se houver necessidade de haver ainda alguma expressão [dos cortes] em 2013, ela não é superior a 40 milhões de euros. Se houver necessidade, estamos preparados para podermos ter cortes dessa dimensão”, disse José Pedro Aguiar-Branco, em declarações à TVI, nesta quinta-feira.

O governante explicitou ainda que o executivo tem de “indicar propostas a desenvolver no âmbito estrutural para o valor de 4000 milhões de euros [relativos aos cortes na despesa pública] de uma forma global”, o que “no âmbito da defesa” deverá apontar para “montantes de 218 milhões de euros”.

Interrogado sobre o corte de 8000 efetivos nas Forças Armadas, passando dos actuais 38 mil para os 30 mil, Aguiar-Branco disse que “esta situação é fruto de um trabalho que [está a ser desenvolvido] com as chefias e é baseado em estudos feitos por entidades tão credíveis como o IDF [Instituto de Defesa Nacional] e também com o histórico dos últimos 20 anos das Forças Armadas”. O ministro garantiu que a reforma vai ser feita “de forma serena e de forma exequível do ponto de vista operacional”.

A 5 de Fevereiro, o chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) disse que gostava de não ter de fazer mais cortes na instituição militar, advertindo que “há uma linha a partir da qual as Forças Armadas deixam de funcionar”. Na altura, o general Luís Araújo destacou que o orçamento de funcionamento das Forças Armadas baixou 23% desde 2009 e que “não há dinheiro a mais” na instituição militar.

Questionado sobre estas preocupações, o ministro da Defesa Nacional defendeu que é preciso que as Forças Armadas portuguesas tenham “uma capacidade conjunta mais forte”.

Por isso, defendeu, é necessária “uma maior racionalização de meios e uma maior capacidade de partilha”, o que vai ser feito através de “entradas e saídas [de pessoal] entre 2014 e 2020”.

José Pedro Aguiar-Branco referiu também que “o conceito estratégico” desta reestruturação dos militares deverá ficar previsivelmente concluído” em Março.

 

 

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