Republicanos retratam um Obama "obcecado" pelo aumento de impostos

Reacção oficial ao discurso do estado da União foi feita por Marco Rubio. Uma mensagem histórica, por ter sido transmitida em inglês e castelhano.

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Marco Rubio, 41 anos, senador pela Florida, falou em inglês e em castelhano DR

Um Barack Obama “obcecado” pelos aumentos de impostos, que triplicou a dívida e aumentou o tamanho do Estado. Foi esse o retrato que os republicanos procuraram fazer do Presidente, na reacção ao discurso do estado da União, a cargo da nova aposta do partido, o senador de origem cubana Marco Rubio.

“Aumentar os impostos não criará empregos no sector privado”, disse Rubio, 41 anos, numa intervenção televisiva feita a partir de uma sala do Capitólio, poucos minutos depois de Obama ter feito o seu discurso sobre o estado da União. Durante os 60 minutos da mensagem presidencial, Obama procurou dirigir-se às classes médias. 

“Nenhum aumento de impostos poderá reduzir os nossos défices”, reagiu o senador republicano, numa mensagem televisiva que ficou marcada ainda por um acontecimento lateral, quando Marco Rubio sentiu necessidade de beber água. Um momento que terá sido o mais comentado da noite, pelo menos nas redes sociais.

“Por isso, espero que o Presidente abandone a obsessão de aumentar os impostos e prefira, ao contrário, trabalhar connosco para conseguir um verdadeiro crescimento da nossa economia.” Subir impostos, insistiu, "deixará os trabalhadores sem o aumento salarial, [sem] benefícios e talvez mesmo sem postos de trabalho".

Rubio, senador pela Florida e um dos candidatos preferidos do movimento conservador Tea Party, defendeu que o papel do Estado federal e os impostos deve ser reduzido para permitir o crescimento. E, num discurso que, segundo a AFP, foi escrito antes de Obama falar, acusou o Presidente de acreditar que a economia de mercado “é a causa dos problemas e que a crise económica chegou porque o Estado não arrecadou impostos suficientes, não gastou o suficiente e não controlou suficientemente”.

Rubio, a nova aposta de um partido abandonado pelos jovens e pelos hispânicos nas presidenciais de Novembro de 2012, falou em inglês e depois em castelhano. O discurso foi, por essa razão, histórico. Mas foi também condicionado por problemas de som e por um momento em que se inclina para beber água de uma garrafa – momento que rapidamente se tornou motivo de comentário nas redes sociais, baptizada como waterbreak  ou watergate – , o que deixou a intervenção longe de outras com que cativou o partido.

O senador procurou também tranquilizar os norte-americanos sobre as reformas de programas sociais defendidas pelos republicanos, lembrando que o pai dele, que morreu de cancro, beneficiou de cobertura pública de saúde. “Jamais defenderia mudanças no Medicare que afectassem os reformados como a minha mãe. Mas os que querem deixar o Medicare no seu estado actual desejam na verdade causar a sua falência.”

Outra reacção republicana veio de Paul Ryan, candidato a vice-presidente de Mitt Romney, ambos derrotados nas presidenciais de Novembro. “Apresentou muitos novos programas pormenorizadamente, mas do lado do controlo da despesa foi extremamente breve”, comentou.
 

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