Carlos Brito defende convergência entre PS, PCP e BE

Ex-dirigente comunista faz este sábado 80 anos e defende entendimento à esquerda.

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Carlos Brito foi líder parlamentar do PCP Pedro Cunha/Arquivo

O ex-dirigente comunista Carlos Brito admitiu que "gostaria muito" que o jantar em sua homenagem que se realiza este sábado, em Lisboa, desse "um empurrão" para a "convergência das esquerdas" que vê como "difícil mas necessária".

"Gostaria muito que isso acontecesse e gostaria que desse um empurrão, tenho esperança que isso aconteça", afirmou Carlos Brito, a propósito do jantar na Casa do Alentejo, em Lisboa, cerca de 200 pessoas da área da esquerda, entre socialistas, bloquistas e renovadores comunistas.

Carlos Brito deu o exemplo do Congresso das Alternativas, realizado em Outubro: "Muitas vezes perguntam-nos, para que é que serviu, não se vê nada. Alguma coisa está com certeza a caminhar, ou num sentido ou noutro, mas digamos, estes factos, estes acontecimentos não têm consequências imediatas e assim visíveis mas têm sempre alguma importância".

A completar 80 anos, Carlos Brito, que se afastou do PCP em 2002 na sequência do último processo de expulsões, considera que é "muito difícil" a convergência entre os partidos da esquerda, uma "empresa para a qual é preciso carregar muitas forças".

No actual contexto político, face às políticas de austeridade, Carlos Brito disse que até admite a possibilidade de um entendimento que vá além da esquerda porque "há muitas pessoas do centro, do centro esquerda, e mesmo do centro, que não se revêem nas políticas do actual Governo".

Na área da esquerda, apesar das dificuldades de entendimento, por "culpa um bocado de todos", o ex-líder parlamentar do PCP disse que o caminho da convergência é necessário e possível e apontou áreas em que há "posições comuns".

A defesa do Serviço Nacional de Saúde, da escola pública, da segurança social pública, a oposição à privatização da RTP, da água e da TAP "nos termos em que foi colocada" são áreas em que existe uma convergência de posições, disse. "Se todos os partidos da esquerda dizem que a estratégia para a saída da crise não é a austeridade, é o crescimento, até mais, o investimento, e até mais, o investimento público que tem que ter um papel no processo de crescimento; então, se há aqui um grande grupo de questões, que são questões capitais, em que há convergência então porque é que não se entendem?", questionou.

Os socialistas Manuel Alegre, Ferro Rodrigues, António Costa, Vítor Ramalho, o presidente da Associação 25 de Abril, Vasco Lourenço, os ex-ministros Mário Lino e Pina Moura, Daniel Oliveira, do BE, os renovadores comunistas Carlos Luís Figueira, expulso do PCP em 2002, e Fernando Vicente, são alguns nomes que integram a comissão promotora da homenagem.

No final do jantar, cerca das 22h30, estão previstas quatro intervenções, do historiador Borges Coelho, que preside à comissão promotora da homenagem; do presidente da associação política Renovação Comunista, Paulo Fidalgo; do ex-Presidente da República Jorge Sampaio e do homenageado.

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