BlackBerry vai retirar-se do mercado japonês
Os modelos BlackBerry começaram a ser comercializados no Japão para profissionais em 2006 mas a quota de mercado já não compensa.
O grupo canadiano BlackBerry não vai lançar os seus novos modelos de smarthphones no Japão, país onde tem vindo a diminuir a sua quota de mercado, noticiou o diário económico japonês Nikkei na sua edição desta sexta-feira.
“Já houve um tempo em que o BlackBerry detinha 5% de quota de mercado no Japão, mas entretanto caiu para 0,3%”, escreveu o jornal, citado pela agência AFP. Os modelos BlackBerry começaram a ser comercializados no Japão para profissionais em 2006, pelo operador NTT Docomo, tendo as vendas sido estendidas aos particulares a partir de 2008.
Segundo o jornal nipónico, os carregamentos de smartphones para o Japão aumentaram 40% em termos anuais, atingindo cerca de 14 milhões entre Abril e Setembro, mas foram apenas vendidas algumas dezenas de milhares de unidades. Foi igualmente referido que, atendendo à queda da quota de mercado, a empresa canadiana considerou demasiado dispendioso desenvolver uma versão do seu novo sistema operativo em língua japonesa.
“Estamos prestes a lançar os modelos BlackBerry 10 em mercados chave a nível mundial onde temos registado procura pelo BlackBerry Z10 e em países onde este já foi lançado. O Japão não é um grande mercado para a BlackBerry e não temos planos de lançar os aparelhos BlackBerry 10 nesta altura”, afirmou Amy McDowell, porta-voz da empresa. “Vamos continuar a oferecer assistência técnica aos utilizadores do BlackBerry no Japão”, acrescentou.
Outras grandes empresas desistiram do mercado japonês antes da BlackBerry, incluindo a finlandesa Nokia.
No final de Janeiro, a empresa, após sucessivos adiamentos, apresentou dois modelos de BlackBerry: o Z10, um smartphone com um ecrã sensível ao toque, e o Q10, que mantém o teclado físico que tem sido a imagem de marca destes telemóveis. Ambos estão equipados com o BlackBerry 10, uma nova versão do sistema operativo, que inclui um browser melhorado e, contrariando a tradição da plataforma, chega ao mercado com uma gama vasta de aplicações.
Na altura, o director-geral da empresa canadiana, Thorsten Heins, anunciou ainda que o nome da empresa, Research In Motion (frequentemente escrito apenas RIM), foi abandonado em favor de BlackBerry, já que a marca dos telemóveis era muito mais conhecida do que o nome da empresa que os fabrica.